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segunda-feira, 20 de junho de 2016

AMÉM





SIGNIFICADO DA PALAVRA AMÉM





        Em tempos da "Teologia da Prosperidade", vivemos um Evangelho de interesses e de poucos ensinos, pois por parte de muitos "líderes" espirituais, não se faz necessário que a  membresias não tenham acesso ao ensino verdadeiro da Palavra de Deus o que os tornam "presas" fáceis para os lobos existentes que abarrotam nossos templos. Hoje quero trazer ao conhecimento de alguns irmãos que acessam este blog, um pequeno artigo de esclarecimento sobre uma palavra que tem sido usada de forma banalizada e sem nenhum entendimento e conhecimento que ela representa.

PALAVRA AMÉM  

Muitos irmãos aprenderam, como eu também, aprendemos que a palavra AMÉM significava "ASSIM SEJA", e o próprio dicionário que temos diz: Amém

interjeição LITUR
1.us. para expressar uma reiteração formal (p.ex., nas demonstrações de fé), ou uma aprovação a algo feito ou dito, ou um desejo que determinada coisa ocorra.
2.substantivo masculino infrm. concordância incondicional; aprovação, consentimento, anuência. "seu a. à proposta resolveu nossos problemas"

       Baseado no que aprendemos e ouvimos, seria realmente este o seu significado? Se faz necessário buscar um estudo mais detalhado para entendermos que o seu sentido é muito mais profundo, que uma simples confirmação de algo dito por alguém. Já ouvi algumas pessoas dizerem e até mesmo ensinar na ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL que a palavra Amém, traduzida do hebraico quer dizer "Assim Seja" mas isso seria impossível, pois quando se pronuncia no hebraico sua pronuncia é YEHI RATZON, que nos dar um significado totalmente diferente, se tornando dessa forma: "Que seja de sua vontade".
Se não bastassem a falta de conhecimento da Verdadeira Palavra de Deus, surgiu um vídeo de um cidadão "demonizando" a palavra "Amém", veja: 



https://youtu.be/d-5whSjaMzc


      A palavra “Amém” é um acróstico. Os acrósticos são formas textuais onde a primeira letra de cada frase ou verso formam uma palavra ou frase. Podem ser simples, com frases ou palavras que não tenham ligação entre si ou podem mesmo ser o encerramento de uma poesia. Eis um exemplo de acróstico simples.
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        SALMO 119 É o mais extenso acróstico bíblico, com vinte e duas estrofes: Uma para cada consoante do alfabeto hebraico: Álef, Bêt, Guimel, Dálet, He, Vav, Zaim, Hêt, Tét, Iode, Caf, Lámed, Mem, Num, Sâmeq, Áim, Pê, Tsade, Cof, Rêsh, Shim/Sim eTau. A palavra “Amém” vem da frase “EL MELECH NE EMAM – ” que significa “DEUS MEU REI É FIEL.

      Não se sabe quem escreveu o Salmo 119. Há quem diga que foi Esdras, o escriba contemporâneo de Neemias, que participou ativamente da restauração de Israel após cativeiro babilônico, como também há quem garanta que, em determinada época, era exigido que o garoto judeu, que se apresentava ao Bar Mitzvah, o soubesse de cor. Porém, não podemos ter certeza destas e de outras afirmações semelhantes. Entretanto há fatos impressionantes a respeito desse Salmo:

Primeiro: É o mais extenso acróstico bíblico, com vinte e duas estrofes: Uma para cada consoante do alfabeto hebraico: Álef, Bêt, Guimel, Dálet, He, Vav, Zaim, Hêt, Tét, Iode, Caf, Lámed, Mem, Num, Sâmeq, Áim, Pê, Tsade, Cof, Rêsh, Shim/Sim eTau.

Segundo: Cada uma das estrofes possui exatamente oito versos (perfazendo o total de cento e setenta e seis versos, que todas as nossas versões brasileiras mantiveram em versículos). Cada um desses versos começa, em hebraico, como é próprio dos acrósticos, com a respectiva consoante, e mantem um estilo poético chamado de Paralelismo.

Terceiro: Cada verso tem por tema a Lei do SENHOR. No primeiro verso ela é chamada de Torah, (referência clara ao que chamamos de Pentateuco: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio). Nos demais versos são usadas outras palavras como sinônimos: Edah, Derek, Mitzvah, Choq, Davar, Mishpat e Huqqim, que na Edição Revista e Atualizada de Almeida da Sociedade Bíblica do Brasil, são traduzidas por Lei, Prescrição, Caminho, Mandamento, Preceito, Juízo e Decretos.

Quarto: Ao todo são oito termos. Além dos sete já citados, há imrah, que significa literalmente palavra, mas cujo sentido promessa (como na frase: “deu-me sua palavra”). Desses oito termos, pelo menos seis aparecem em cada uma das vinte e duas estrofes. Porém, em seis delas todos os oito aparecem.

       Com isso percebemos que a palavra “Amém” é muito mais profunda com um sentido muito forte, pois, essa afirmação trata da fidelidade do Eterno para com Seus filhos.


Amém em Hebraico


          A palavra “Amém” em hebraico é composta de três letras sendo: Sua guematria é 91, ou seja, 1 + 40 + 50. Quando fazemos a redução de 91 temos: 9 + 1 = 10. Este valor é equivalente na tradição judaica a keter (coroa). E ainda sabemos que este valor é o mesmo da soma de dois dos nomes do Eterno: “YHWH” = 26 e “Adonai” = 65. O número 10 corresponde também a guematria da palavra SHOFAR.


Obs: A guematria é o método hermenêutico de análise das palavras bíblicas que atribui um valor numérico definido a cada letra, somente em hebraico. Através de Seu nome, o Eterno se manifesta a nós de duas formas: como o "YHWH - "e também como Adonai. A palavra YHWH (tetragrama)  foi usado em Êxodo 4:14 onde Moisés questionou com o Senhor “Qual seria o Seu Nome?”. É lógico que Moisés e todo o povo de Israel sabiam o nome Dele, o que realmente eles queriam saber era como Ele iria se manifestar. Ele disse que se manifestaria como “Eu serei o que serei”, na tradução de João Ferreira como “Eu sou”. Deus estava dizendo que ele estaria se manifestando como Aquele que se torna aquilo que precisamos que Ele se torne para nós. Isso nos leva a duas conclusões: quando falamos acerca do “Amém” estamos falando sobre "receber uma coroa", pois o Eterno é fiel para cumprir tudo aquilo que nos prometeu, e sendo assim a coroa que receberemos Dele é justamente aquela da qual mais necessitamos no momento.

E também se manifesta como "Adonai” que significa "Senhor”, mostrando assim que independente de qualquer situação Ele é o Senhor de nossas vidas e a conduzirá de tal forma que o Seu Nome seja sempre glorificado! Então o “Amém” está intimamente interligado à pessoa do Eterno em todos os sentidos e com isso esta palavra sela aquilo que está sendo dito! Podemos até mesmo afirmar que o “Amém” é uma pessoa, é a própria pessoa de Jesus (Yeshua)! Quando alguém diz “Amém” esta afirmando “DEUS MEU REI É FIEL” com o aval de Jesus (Yeshua), que confirma e faz cumprir aquela palavra dita anteriormente. Ele mesmo proferiu a palavra “Amém”, porque Ele próprio é o “Amém” em carne. Em todas as palavras que Ele disse o termo “Em verdade”, no original em hebraico está o “Amém”. Notamos que essa palavra é muito pouco pronunciada, tanto no Velho como no Novo Testamento, indicando que as pessoas daquela época sabiam da sua força. A palavra “Amém” esta intimamente ligada a palavra “Louvor a Deus” e “Adoração”.

Portanto, nunca diga “Amém” sem saber o que será dito ou se você não entender o que foi dito - como, por exemplo, alguém falando numa língua estrangeira - e não diga “Amém” para qualquer coisa que está sendo dita. Podemos revelar que a palavra “Amém” sela nos céus e na terra aquilo que é dito: “Amém” vos digo que tudo o que amarrares na terra será amarrado no céu, e tudo o que soltares na terra será solto no céu. Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai: que está nos céus. Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles". Mt 18:18-20. Devemos  Ter total sabedoria ao falar “Amém” sabendo que seremos responsáveis por toda palavra que sai de nossa boca.


Shalom U'vrachôt - Paz e bençãos




domingo, 12 de junho de 2016

O TOQUE DO SHOFAR



O TOQUE DO SHOFAR E SEU SIGNIFICADO



                  

                 O Toque do Shofar

Escrito por Marcelo M. Guimarães   

Israel e o mundo judaico estão neste mês de setembro (Tishrei) em festa, apesar de enfrentar uma guerra interna que já dura muitos e muitos anos. A celebração das festas, segundo a Bíblia, é algo muito sagrado e profundo. E Israel sabe disso. Mesmo que suas festas sejam sombras Daquele em que um dia ainda crerão: Yeshua (Jesus), o Messias, como diz o apóstolo Paulo ( Co1:12), suas festas são proféticas e falam de reino que há por vir, o reino de D’us e seu Rei, aliás, Rei dos reis, Jesus Cristo, Yeshua Há Mashiach.

A festa do toque do Shofar, também conhecida como festa das trombetas, é totalmente messiânica e anuncia um tempo para arrependimento, do juízo de D’us e da vinda ou da volta (para nós judeus messiânicos e cristãos). Na língua hebraica este dia do toque do Shofar é chamado de Yom Teruá ( dia do Toque, ou dia do som ou alarme do Shofar) e este soar, como se fosse o próprio fôlego ou sopro de D’us, anuncia que o juízo está próximo (Yom Hadin) e que todos nós devemos estar preparados para o grande dia do encontro com o Senhor. O Messias, vem e sem demora, Maran-Atá !

O Shofar , também conhecido como chifre do cordeiro ou antílope, daí variar de tamanho, deve ser tocado não só no primeiro dia do sétimo mês (Lev 23:14 e Nm 29:1), na chamada Festa das Trombetas, também conhecido no judaísmo como Rosh Hashaná ou dia do Ano-Novo judaico, mas também em outras ocasiões muito especiais. É um papel do sacerdote, do líder da congregação, que através dos tipos de toques, convoca o povo solenemente para uma tarefa específica.

Em Números, 10:1-10, encontramos algumas destas razões para o toque do Shofar:

Primeiro, todos devem se mover, andar, sair da posição em que se encontram. É um chamado de D’us. Para nós, significa, vamos! Avante! Yeshua está voltando e nós temos que estar preparados com nossa “mala”pronta.

Segundo, peguem as armas, pois entraremos em batalha. Sabemos que o espírito do anticristo, o sistema do mundo, o pecado que assedia a humanidade não dão trégua. Estamos numa tremenda batalha espiritual contra as forças do mal e, tudo isto ainda se tornará pior, pois o próprio Jesus anunciou os dias vindouros e temíveis (Yamim Noraim). Há oposições e tribulações pela frente. Os dias são maus. Então, o toque do Shofar nos recorda que D’us estará do nosso lado, dando livramento e cuidando dos nossos inimigos, mas temos que lutar, pois faz parte da vitória e, principalmente, daqueles que serão chamados de vitoriosos, segundo o livro de Apocalipse;

Terceiro, um milagre ou uma intervenção divina acontecerá. Um belo exemplo disso está registrado no livro de Josué (Js 6:8) quando sete sacerdotes tomaram seus Shofarot (trombetas) e no sétimo dia, todos tocaram o Shofar e o milagre aconteceu: As muralhas de Jericó ruíram-se e o inimigo foi derrotado.

Existem inúmeras passagens na Bíblia, mostrando quando o Shofar deve ser tocado. Outros exemplos, como: levar ao povo ao estremecimento e temor ( Am3:6); lembrar que haverá um julgamento e que iremos vitoriosos adorar em Jerusalém (Is 27:13); não permitir que nenhum dos escolhidos de D’us fique disperso, mas que se arrependa dos maus caminhos e trilhe novamente os caminhos do Senhor ( Lev 23; Nm29; Ne 4:20; Jr4:5; etc.). Se entendemos um pouco do judaísmo bíblico, isto faz muito sentido, pois, logo após a festa das trombetas, vem o chamado “Dez dias de Arrependimento”, cujo o último dia é conhecido como o Dia do Perdão ou “Yom Kipur”. O termo “kipur,”do hebraico, vem da palavra “kaporet” ou propiciatório ou cobertura de nossos pecados. Logo depois, temos a maior das festas, a festa de Tabernáculos, onde fala do reino, da vitória dos crentes, da vinda gloriosa do Messias, reinando no milênio. Finalmente, Ele, Jesus, Yeshua, tabernaculará não só mais internamente em nossos corações, mas como também, fisicamente conosco. Oh glória!

Agora, podemos entender um pouquinho do contexto correto do porquê se toca o Shofar. E tudo isto se torna ainda mais claro para nós, quando lembramos das palavras de Jesus que virá em breve arrebatar sua Igreja, os vitoriosos, quando...” Ele enviará os seus anjos com grande clangor de trombeta, os que lhe ajuntarão os escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus...” ( Mt 24:31). Paulo, também fala desta passagem várias vezes, correlacionando o toque do Shofar com a vinda do Senhor, arrebatando sua Igreja (I Co14:8;15:52;I Ts 4:16).

Tudo está muito claro na Bíblia, mas o grande problema é que Igreja gentílica tem muita dificuldade para aceitar estas festas e este tipo de mensagem. A grande razão, na minha opinião, é que a Igreja veio de Roma, onde as raízes judaicas da fé foram rompidas pelos pais da Igreja nos primeiros séculos do cristianismo. Assim, muito das raízes bíblicas judaicas da fé cristã foram perdidas ao longo do tempo, através do qual, costumes pagãos adentrou fortemente no meio do povo de D’us. Mas, agora, graças ao Eterno, nós como judeus messiânicos, estamos re-descobrindo nossas próprias raízes, e restaurando tudo aquilo de belo, profundo e de grande unção que D’us sempre teve, tem e terá reservado para nós, seus filhos, crentes em Yeshua. Afinal, não devemos perder de vista que a Igreja gentílica, em Cristo, foi enxertada na “oliveira”que é o Israel espiritual de D’us, participando, assim da mesma seiva (bênçãos e promessas) dadas ao povo escolhido na primeira aliança.

Resumindo, o som do Shofar deve nos levar ao arrependimento e à dependência total de D us que cuida dos nossos inimigos. Mas, marchemos para frente e não devemos retroceder. Permaneçamos no Caminho, na Verdade, recebendo a vida abundantemente do Messias Yeshua. O som do Shofar nos mantém alertas e tementes, pois, a qualquer hora, Ele virá e ninguém sabe a hora. O som do Shofar nos faz recordar dos milagres de D’us para com o nosso povo e que este mesmo D’us continua no controle de todas as coisas. O som da trombeta nos faz estar preparados para o encontro com o Senhor nos ares e para isso devemos acelerar para que todas as profecias concernentes ao povo judeu, a Israel e a Igreja Universal, composta de judeus e gentios crentes em Yeshua, sem nenhum muro de separação (Ef 2:11-19) se cumpram integralmente para que Yeshua volte, ressuscitando mortos e redimindo as nações.

   
Que a Igreja entenda, profundamente, o toque do Shofar e que possa tocá-lo corretamente e profeticamente. Não simplesmente fazer barulho sem entendimento, soando-o a pretexto de qualquer evento ou encontros festivos dos crentes. É tempo de exortação do próprio D’us à sua Igreja verdadeira, é tempo de arrependimento, esperando pelas milagrosas manifestações divinas, pelo poder, pela glória e livramento sobrenatural. Tudo isto toca a nossa fé, trazendo mais temor, mais tolerância de uns pelos outros irmãos e, sobretudo, mais amor às coisas simples utilizadas pelo Eterno para nos falar de modo simbólico, mas profundo, dos mistérios do próprio D’us de Israel.

Ministério Ensinando de Sião – Brasilwww.ensinandodesiao.org.br

quinta-feira, 9 de junho de 2016

DESTRUIR ISRAEL - MISSÃO: IMPOSSÍVEL!


DESTRUIR ISRAEL - MISSÃO: IMPOSSÍVEL!



Os judeus sempre se destacaram diante das missões aparentemente impossíveis. Vejamos alguns exemplos na história.

EXEMPLO 1 – O HOLOCAUSTO

Quem, olhando para os milhares de cadáveres de judeus assassinados pelo cruel regime nazista, seria capaz de prever que, dentro de três anos, aquele povo se tornaria uma nação próspera e inteligente? Como um povo cruelmente assassinado e perseguido seria capaz de dar a volta por cima?

MISSÃO: IMPOSSIVEL? 

Porém, apenas três anos depois o Estado de Israel renasceu, os fracos e oprimidos judeus tornaram-se um povo forte, inteligente, criativo e próspero. Atualmente, 60 anos depois, o Estado de Israel é um assombro para o mundo todo. Como isto foi possível?

EXEMPLO 2 – 1948, A GUERRA PELA INDEPENDÊNCIA. 

15 de maio de 1948 – Um dia depois de se tornar independente, Israel foi atacado por 5 nações árabes.
Os árabes superavam Israel numa proporção de 4 para 1 em termos de população, de 100 para 1 em soldados e de 1.000 para 1 em equipamentos.
Um país que acabava de renascer, sem nenhum exército preparado, nenhum armamento especial... como poderia vencer tantos inimigos? Os analistas internacionais eram unânimes em prever o prematuro fim de um Estado que acabara de nascer.

MISSÃO: IMPOSSÍVEL? 

Mas, contrariando todas as previsões humanas, E SEM A AJUDA DE NENHUM PAÍS, o pequeno Israel venceu a guerra e o mundo ficou perplexo. Mas uma vez o pequeno Davi tinha vencido o gigante Golias.

EXEMPLO 3 - JUNHO DE 1967 – A GUERRA DOS 6 DIAS

Israel é atacado por todos os lados, por 5 nações árabes, numa ação fulminante.
Novamente, a proporção de soldados e armamentos é gigantesca. Mais uma vez Israel terá de lutar sozinho. Os Estados Unidos apóiam Israel, mas temem entrar no conflito e provocar a União Soviética, que apóia os árabes. Israel está novamente diante de uma MISSÃO: IMPOSSIVEL.

A guerra durou somente 6 dias. Morreram 10.000 egípcios, 15.000 jordanianos e milhares de sírios, iraquianos e combatentes de outros países.
Somente o Egito perdeu 400 aviões, 600 tanques e milhares de peças de artilharia, munições, armas leves e veículos, superando o valor de um bilhão e meio de dólares.
Em toda a guerra somente 700 soldados judeus perderam a vida.
Em apenas 6 dias, Israel vence a guerra, humilha seus inimigos E AINDA RESGATA DELES A CIDADE DE JERUSALÉM, que estava há 2.500 anos nas mãos das nações estrangeiras.

EXEMPLO 4 – RESGATE IMPOSSIVEL 

Uganda, 04 de julho de 1976, aeroporto de Entebbe. Mais de 100 passageiros, maioria judeus, reféns nas mãos de oito terroristas árabes.
Qualquer tentativa de resgate e todos serão assassinados. Os terroristas são apoiados pelo presidente do país, o ditador IDI AMIN.

MISSÃO: IMPOSSIVEL? 

Numa arriscada ação relâmpago, em 99 minutos de operação, um comando especial israelense invadiu Uganda, enganou todos os soldados de Idi Amin e matou todos os terroristas. Na ocasião um soldado israelense se disfarçou do ditador de Uganda de forma perfeita, e isso foi decisivo para o êxito da missão. Os comandos israelenses ainda destruíram 11 MiGs da Força Aérea de Uganda que estavam na pista. Foram resgatados 106 reféns, registrando-se apenas três mortes, incluindo-se a de um dos comandantes da operação, o capitão Yoni Netanyahu, irmão do ex-primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.

O resgate em Entebbe comoveu o mundo. Dezenas de livros foram escritos e muitos filmes foram feitos a respeito desse ousado resgate. Recentemente, o incrível resgate da francesa Ingrid Betancourt das mãos dos terroristas das FARCs fez muita gente lembrar das ações lendárias de Israel.

A própria Ingrid lembrou de Israel. Ela declarou:

“No hay antecedentes históricos de una operación tan perfecta, no creo, en el mundo. De pronto los israelítas, en la historia de Israel esa fama que tienen ellos de sus comandos operativos tan extraordinarios, de pronto, ésos pueden asemejarse al golpe que se dio hoy".
http://www.owurman.com/blog/index_27_07_08.htm

Agora vejam a noticia seguinte:

“EUA e Israel ajudaram no resgate de Ingrid Betancourt e mais 14 reféns das Farc... O resgate cinematográfico de Ingrid Betancourt e outros 14 reféns contou com a ajuda de equipes de Israel e dos Estados Unidos. Um grupo de quatro oficiais de alto escalão da reserva israelense treinou durante um ano e meio unidades de elite do Exército colombiano, implantando novas técnicas de combate, coleta de informações e inteligência em campo.”
Fonte: http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2008/07/03/eua_israel_ajudaram_no_resgate_de_ingrid_betancourt_mais_14_refens_das_farc-547086579.asp

COINCIDÊNCIAS?

Mais interessante ainda é o fato de que, meses atrás, durante a crise Colômbia e Equador, o afobado presidente venezuelano Hugo Chavez disse uma frase profética: “A COLOMBIA É O ISRAEL DA AMÉRICA LATINA” - http://gustavo-livrexpressao.blogspot.com/2008/03/colmbia-o-israel-da-amrica-latina-diz.html

EXEMPLO 5 – A CAÇA AOS TERRORISTAS DO SETEMBRO NEGRO 

Olimpíadas de Munique, Alemanha, 1972.

Terroristas palestinos, pertencentes a organização “SETEMBRO NEGRO” assassinam 11 atletas israelenses.
Rapidamente o governo israelense prepara uma super operação secreta de caça aos terroristas – a operação é batizada de CÓLERA DE DEUS.
15 agentes são escolhidos a dedo, entre os melhores de Israel.
Missão: encontrar e eliminar todos os líderes e organizadores do “massacre de Munique”.

MISSÃO: IMPOSSIVEL?

O objetivo principal era encontrar e eliminar ALI HASSAN SALAMEH, o chefão maior, conhecido como “PRINCIPE VERMELHO”, que poderia estar escondido em qualquer país do mundo.

Durante vários anos, mais de 12 lideres terroristas ligados ao “Setembro Negro”, foram misteriosamente assassinados em diferentes países.
Alguns anos depois (22 de janeiro de 1979) o chefão finalmente foi encontrado e morto, no Líbano, quando, misteriosamente, seu carro explodiu.

EXEMPLO 6 – A DESTRUIÇÃO DO REATOR NUCLEAR IRAQUIANO EM 1981

Missão: voar até o Iraque, sem ser detectado pelos radares árabes, destruir o reator nuclear iraquiano em questão de segundos e voltar para casa são e salvo.

MISSÃO: IMPOSSIVEL? 

A missão foi cumprida nos mínimos detalhes e causou perplexidade mundial – leia mais detalhes neste blog, no artigo “AS AMEÇAS DO IRÃ CONTRA ISRAEL – MAIS RAZÕES PARA VOCÊ CONSIDERAR AS PROFECIAS BÍBLICAS”.

EXEMPLO 7 – A GUERRA DO YOM KIPPUR

06 DE OUTUBRO DE 1973 – YOM KIPPUR, O FERIADO MAIS SAGRADO DE ISRAEL

Centenas de soldados estão de folga ou orando – as forças israelenses relaxam a vigilância.

De repente, Egito, Síria e Iraque lançam um ataque-surpresa.
A desvantagem de Israel é grande, além do fator surpresa.

- 1.010.000 soldados árabes contra 415.000 judeus;
- 4.500 tanques árabes contra 1.500 tanques israelenses;
- 3.800 blindados árabes contra 3.000 blindados israelenses;
- 1.113 aeronaves árabes contra 561 israelenses;
- 1.920 unidades de artilharia árabes contra 945 unidades de artilharia israelenses;
- 197 helicópteros árabes contra 84 israelenses;
- 125 barcos da marinha árabe contra 38 da marinha israelense.

Os americanos, novamente ficam de longe, aguardando o fim de Israel. Humanamente falando, Israel está sozinho.

Em desvantagens tão gigantescas e ainda pego de surpresa, ninguém aposta na sobrevivência de Israel. Vencer esta guerra é uma MISSÃO: IMPOSSIVEL.

Mas, quando a guerra parecia se dirigir a um trágico desfecho, Israel consegue retomar o controle. A situação foi tão drasticamente mudada que em pouco tempo o exército israelense já estava invadindo a Síria e o Egito.

Em 3 semanas a guerra foi vencida por Israel. Mas o preço foi alto.

Israel teve 2.656 mortos e 7.250 feridos contra15.000 mortos e 35.000 feridos do lado árabe. Há quem conteste esse número afirmando que os mortos árabes foram somente 8.528 e os feridos “apenas” 19.540 do lado árabe.

Mas é indiscutível o fato de que Israel foi atacado de surpresa, por um exército muito superior, e que, em apenas três semanas já estava invadindo os territórios de seus inimigos.

- Detalhes sobre as informações acima são encontrados em www.morasha.com, www.wikipedia.org, www.militarypower.com.br, e outras fontes.

A relação ISRAEL – MISSÃO IMPOSSIVEL é muito antiga.

- Com apenas 318 homens Abraão resgatou seu sobrinho Ló das mãos dos reis da Mesopotâmia (5 nações coligadas) – Gênesis 14.

- Com apenas 300 homens Gideão partiu numa missão suicida, contra um exército numerosíssimo – como as areias da praia.

MISSÃO: IMPOSSIVEL

Existem centenas de exemplos na Bíblia e na História.

Qual o segredo por trás de todas as surpreendentes vitórias militares de Israel?

Pois não servirão mais de presa aos gentios, nem as devorarão mais os animais da terra; mas habitarão seguramente, e ninguém haverá que as espante.” (Ezequiel 34.28)

Não temas pois tu, servo meu, Jacó, diz o Senhor, nem te espantes, ó Israel; pois eis que te livrarei de terras longínquas, e à tua descendência da terra do seu cativeiro; e Jacó voltará, e ficará tranqüilo e sossegado, e não haverá quem o atemorize.” (Jeremias 30.10)

Mas não temas tu, servo meu, Jacó, nem te espantes, ó Israel; pois eis que te livrarei mesmo de longe, e a tua descendência da terra do seu cativeiro; e Jacó voltará, e ficará tranqüilo e sossegado, e não haverá quem o atemorize.” (Jeremias 46.27)

01 – Amós 9.14-15:14 – “Também trarei do cativeiro o meu povo Israel; e eles reedificarão as cidades assoladas, e nelas habitarão; plantarão vinhas, e beberão o seu vinho; e farão pomares, e lhes comerão o fruto. Assim os plantarei na sua terra, e não serão mais arrancados da sua terra que lhes dei, diz o senhor teu Deus.”

02 – Zacarias 12.6 – “Naquele dia porei os chefes de Judá como um braseiro ardente no meio de lenha, e como um facho entre gavelas; e eles devorarão à direita e à esquerda a todos os povos em redor; e Jerusalém será habitada outra vez no seu próprio lugar, mesmo em Jerusalém.”

03 – Zacarias 12.8 – “Naquele dia o Senhor defenderá os habitantes de Jerusalém, de sorte que o mais fraco dentre eles naquele dia será como Davi, e a casa de Davi será como Deus, como o anjo do Senhor diante deles.”

04 – Isaias 19.16-17- “Naquele dia os egípcios serão como mulheres, e tremerão e temerão por vibrar o Senhor dos exércitos a sua mão contra eles. E a terra de Judá será um espanto para o Egito; todo aquele a quem isso se anunciar se assombrará, por causa do propósito que o Senhor dos exércitos determinou contra eles.”

05 – Números 24.8-9 – “É Deus que os vem tirando do Egito; as suas forças são como as do boi selvagem; ele devorará as nações, seus adversários, lhes quebrará os ossos, e com as suas setas os atravessará. Agachou-se, deitou-se como leão, e como leoa; quem o despertará? Benditos os que te abençoarem, e malditos os que te amaldiçoarem.”

06 – Obadias 18 – “E a casa de Jacó será um fogo, e a casa de José uma chama, e a casa de Esaú restolho; aqueles se acenderão contra estes, e os consumirão; e ninguém mais restará da casa de Esaú; porque o Senhor o disse.”

07 – Isaias 41.12-15 – “Quanto aos que pelejam contigo, buscá-los-ás, mas não os acharás; e os que guerreiam contigo tornar-se-ão em nada e perecerão. Porque eu, o Senhor teu Deus, te seguro pela tua mão direita, e te digo: Não temas; eu te ajudarei. Não temas, ó bichinho de Jacó, nem vós, povozinho de Israel; eu te ajudo, diz o Senhor, e o teu redentor é o Santo de Israel. Eis que farei de ti um trilho novo, que tem dentes agudos; os montes trilharás e os moerás, e os outeiros tornarás como a pragana.”

ISRAEL FARÁ PROEZAS” (Números 24.18)

Alguém é capaz de contestar?

A expressão “MISSÃO: IMPOSSIVEL” ficou famosa, com a criação de uma série de TV nos anos 70. Um grupo de agentes especiais que conseguiam resolver qualquer missão por mais impossível que aparentasse ser.

E, adivinhem quem criou essa série? O judeu BRUCE GELLER.

A música-tema ficou tão famosa, que aparece frequentemente na televisão sempre que alguém fala em algo aparentemente impossível.

Quem é o autor da música? O judeu LALO SCHIFRIN. Coincidência?

E tem mais: parte da equipe “FORÇA MISSÃO IMPOSSIVEL” era formada por atores judeus.

- STEVEN HILL, judeu;
- BARBARA BAIN, judia;
- MARTIN LANDAU, judeu;
- LEONARD NIMOY, judeu.

ISRAEL é um país menor do que Sergipe, o menor estado do Brasil. Os países árabe-muçulmanos são 640 vezes maiores.

Israel não pode perder nenhuma guerra contra seus inimigos – seria fatal. Mas, de acordo com as profecias bíblicas, destruir Israel ... É UMA MISSÃO IMPOSSIVEL.

* Texto publicado em Agosto de 2008, em meu antigo blog 777.blig.com.br (que já saiu da internet). Resolvi republicá-lo porque o tema tratado é sempre atual e os novos leitores do Arquvo7 precisam conhecê-lo.

sábado, 4 de junho de 2016

A PARÁBOLA DE JOTÃO





Juízes 9.7-21

Estamos vivendo momentos dificeis na Política, momentos de grandes mudanças para nossa Nação e que antecedem as próximas eleições, onde estaremos depositando nossa confiança nos governantes futuros, infelizemente somos tomados de assalto por tantos políticos corruptos e que em nada acrescenta na Ordem e Progresso desse imenso país....mas não quero, falar de Política...mas, como o texto dessa parábola de Jotão nos leva a momentos de mudanças para Nação de Israel, me vi no desejo de nos colocar dentro dos momentos vividos também por nossos irmãos Judeus. Vejamos:

A Parábola de Jotão.[1] Antes disso, é extremamente necessário compreendermos o contexto no qual o texto está inserido.

II – O CONTEXTO

Juízes 9 tem início com o relato da trama arquitetada por Abimeleque, filho de Gideão.[2] Abimeleque não desempenhou papel como um dos juízes de Israel. Na verdade, ele era filho ilegítimo de Gideão. Sua mãe era “uma concubina de Siquém, lugar que se tornara um centro do culto de Baal, embora fosse o sítio onde Josué celebrara a cerimônia de renovação do pacto”.[3] Evidentemente, Abimeleque era um homem sem piedade alguma, o que fica claro pela forma como obteve o seu reinado: assassinato, conspiração e usurpação. O texto nos diz que Abimeleque, em conluio e conchavo com os habitantes de Siquém, assassinou sessenta e nove de seus meio-irmãos, escapando apenas Jotão, o filho caçula de Gideão (9.1-5). Logo após o massacre, os cidadãos de Siquém e Bete-Milo proclamaram Abimeleque rei (v. 6). Algo que não pode ser olvidado na leitura e interpretação de Juízes, é a anarquia reinante na época: “Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais reto” (21.25; cf. 17.6). Esta espécie de refrão literário é de suma importância para podermos compreender as narrativas de Juízes. A proclamação de Abimeleque como rei, bem como sua impiedosa trama, claramente, se apresentam como manifestações da iniquidade característica daquele período.

III – A PARÁBOLA

Quando Jotão soube da proclamação, colocou-se no alto do monte Gerizim, e, tendo chamado a atenção de todos os habitantes de Siquém, proferiu sua parábola (vv. 8-15):

8 Foram, certa vez, as árvores ungir para si um rei e disseram à oliveira: Reina sobre nós. 9 Porém a oliveira lhes respondeu: Deixaria eu o meu óleo, que Deus e os homens em mim prezam, e iria pairar sobre as árvores? 10 Então, disseram as árvores à figueira: Vem tu e reina sobre nós. 11 Porém a figueira lhes respondeu: Deixaria eu a minha doçura, o meu bom fruto e iria pairar sobre as árvores? 12 Então, disseram as árvores à videira: Vem tu e reina sobre nós. 13 Porém a videira lhes respondeu: Deixaria eu o meu vinho, que agrada a Deus e aos homens, e iria pairar sobre as árvores? 14 Então, todas as árvores disseram ao espinheiro: Vem tu e reina sobre nós. 15 Respondeu o espinheiro às árvores: Se, deveras, me ungis rei sobre vós, vinde e refugiai-vos debaixo de minha sombra; mas, se não, saia do espinheiro fogo que consuma os cedros do Líbano.

3.1. As árvores frutíferas


A parábola de Jotão fala de diferentes árvores que buscam para si um rei. As árvores consultadas quanto à possibilidade de se tornarem reis foram: a Oliveira (v. 8), A Figueira (v. 10), a Videira (v. 12), e por último, o Espinheiro (v. 14). Nas árvores desejosas de um rei “temos a representação figurada do povo de Siquém, que estava descontente com o governo de Deus e ansiava por um líder nominal e visível, como tinham as nações pagãs vizinhas”.[4] Claramente, Abimeleque é representado na parábola pelo Espinheiro. Quando procuradas, a Oliveira, A Figueira e a Videira recusaram a proclamação como reis, em função do serviço que prestavam a Deus e aos homens (vv. 9,11,13). Matthew Henry diz o seguinte: “Elas [a oliveira, a figueira e a videira] o recusaram, preferindo servir a governar, fazer o bem a controlar”.[5] É deveras interessante o fato de que, as três árvores se recusam a “pairar sobre as árvores”. Elas foram convidadas a reinar, não obstante se recusaram a pairar. O que isso significa? O verbo hebraico nûa´ tem como ideia básica “a de um movimento repetitivo de um lado para outro”.[6] No caso, a ideia do verbo nuâ´ na resposta dada pelas três árvores frutíferas é que elas não estavam dispostas a deixarem suas ocupações úteis e seu serviço a Deus e aos homens para ficarem perambulando “de um lado para outro entre as árvores na condição de governante”.[7] Carl Edward Armerding afirma o mesmo: “Qualquer árvore com uma função útil na natureza estaria ocupada demais para dominar sobre as árvores. Somente o espinheiro, uma moita notória por espalhar fogo pelo solo do deserto, tem audácia de aceitar o convite”.[8] A utilidade do serviço das três árvores frutíferas consistia no fato, de que “azeite, figos e vinho eram os produtos mais valiosos da terra de Canaã, ao passo que o espinheiro não era bom para nada, mas para queimar”.[9] As três árvores frutíferas representam, no contexto, a Gideão e aos outros juízes, “que tinham recusado aceitar o estado e poder de rei”.[10] No capítulo 8, encontramos Gideão demonstrando modéstia, recusando governar sobre o povo de Israel: “Então, os homens de Israel disseram a Gideão: Domina sobre nós, tanto tu com teu filho e o filho de teu filho, porque nos livraste do poder dos midianitas. Porém Gideão lhes disse: Não dominarei sobre vós, nem tampouco meu filho dominará sobre vós; o SENHOR vos dominará”. Gideão preferiu continuar servindo a Deus obedientemente. Creio que Gideão, conhecendo o seu próprio coração, temia ser seduzido pelo poder e pelas honrarias. “O cargo honorífico pode tornar as pessoas orgulhosas e indolentes, e dessa forma estragar a sua utilidade, por meio da qual, em uma esfera inferior, honravam a Deus e ao homem. Por isso, aqueles que desejam fazer o bem têm medo de ser grandes”.[11]

Entendendo devidamente a parábola de Jotão, no que diz respeito à oliveira, figueira e videira, creio que podemos extrair um princípio por demais útil e edificante para nossas vidas como servos do Senhor, imbuídos da escolha de nossos líderes através de eleições. Devemos observar atentamente a existência ou não de ambição nas vidas dos potenciais líderes, pois como afirma Artur E. Cundall: “As pessoas de dignidade e influência dentro da comunidade, não estavam ansiosas para abandonar suas esferas de trabalho construtivo, trocando-o pela honraria dúbia da monarquia”.[12]

3.2. O Espinheiro



Os versículos 14 e 15 apresentam o convite das árvores ao espinheiro: “Então, todas as árvores disseram ao espinheiro: Vem tu e reina sobre nós. Respondeu o espinheiro às árvores: Se, deveras, me ungis rei sobre vós, vinde e refugiai-vos debaixo de minha sombra; mas, se não, saia do espinheiro fogo que consuma os cedros do Líbano”. Diferentemente das outras três árvores, o espinheiro não tinha nada de produtivo ou de valor a oferecer. Era uma planta absolutamente improdutiva, sendo, na verdade, um arbusto, e não uma árvore.[13] Nem mesmo sombra e abrigo eram proporcionados por esse arbusto. É mister recordar que, a maldição imprecada pelo Senhor em Gênesis 3.18 envolvia a produção de plantas infrutíferas e espinhosas, como cardos e abrolhos: “O espinheiro teve sua origem por meio de uma maldição e acabará no fogo”.[14] Cundall salienta que, o espinheiro se constituía em uma séria ameaça aos donos de lavouras, pois “no calor do verão, quando fagulhas incrementadas pelo vento podiam produzir incêndios de velocidade incrível, alimentados pelos excelentes combustíveis, os espinheiros secos”.[15]

O espinheiro, ao ser convidado pelas árvores prontamente aceitou a proposta. As suas palavras:“vinde e refugiai-vos debaixo da minha sombra”, indicam prontidão e até mesmo uma prévia ambição pelo posto honorífico oferecido. Ele não achou necessário pedir um tempo para refletir e considerar se deveria aceitar ou não. Além disso, apesar de convidar as árvores a se refugiarem debaixo da sua sombra, o espinheiro era incapaz de providenciar sombra para alguém: “o espinheiro, crescendo rente ao chão, praticamente não tem sombra, não podendo oferecer nenhuma proteção aos gigantes da floresta a cujos pés jazia”.[16] Qualquer que se chegasse para perto do espinheiro na busca por sombra, iria, na verdade, se machucar com os seus espinhos. Keil e Delitzsch afirmam que, “as palavras do espinheiro [...] contêm uma profunda ironia, na verdade, os siquemitas logo descobririam isso”.[17] Armerding também afirma: “O retrato é ridículo: a árvore que não consegue prover nenhuma sombra se oferece para ser sombra para as outras; aquela árvore que não tem nenhuma função se considera melhor do que os seus irmãos”.[18] Logo em seguida a esta falsa promessa, o espinheiro fala daquilo que lhe é próprio, a saber, a destruição: “mas, se não, saia do espinheiro fogo que consuma os cedros do Líbano”. Esta era a verdadeira natureza do espinheiro. A única coisa que ele poderia oferecer às demais árvores era o perigo da destruição e o sofrimento.

A interpretação dessa parte da parábola é simples e transparente na passagem. O próprio Jotão a apresenta:

Agora, pois, se deveras e sinceramente, procedestes, proclamando rei Abimeleque, e se bem vos portastes para com Jerubaal e para com a sua casa, e se com ele agistes segundo o merecimento dos seus feitos (porque meu pai pelejou por vós e, arriscando a vida, vos livrou das mãos dos midianitas; porém vós, hoje, vos levantastes contra a casa de meu pai e matastes seus filhos, setenta homens sobre uma pedra; e a Abimeleque, filho de sua serva, fizestes reinar sobre os cidadãos de Siquém, porque é vosso irmão), se, deveras e sinceramente, procedestes, hoje, com Jerubaal e com a sua casa, alegrai-vos com Abimeleque, e também ele se alegre convosco. Mas, se não, saia fogo de Abimeleque e consuma os cidadãos de Siquém e Bete-Milo; e saia fogo dos cidadãos de Siquém e Bete-Milo, que consuma a Abimeleque (vv. 16-20).
O espinheiro representa a pessoa ignominiosa de Abimeleque. Assim como aquele espinheiro, Abimeleque não tinha a mínima condição de prover qualquer benefício para os habitantes de Siquém. Ele não tinha capacidade de oferecer verdadeira segurança aos homens de Siquém. Inerente a Abimeleque era apenas a sua capacidade de oferecer dor, sofrimento e destruição.

Após lembrar as benesses que Gideão realizara em prol de todas aquelas pessoas, Jotão mostra a insensibilidade dos siquemitas em relação à família de seu pai. Eles não agiram conforme “o merecimento dos seus feitos”. Jotão foca a loucura de Abimeleque e dos siquemitas.

IV - CONCLUSÃO

Que lições extraordinárias, sérias, graves e solenes podem ser extraídas dessa passagem! O exemplo do espinheiro Abimeleque ensina que aqueles que são ávidos pelo poder e pelas posições honoríficas, na verdade, são pessoas indignas daquilo que tanto anseiam. Matthew Henry diz algo muito interessante: “Não vamos nos surpreender em ver o tolo assentar-se em grandes alturas (Ec 10.6), os mais vis dos filhos dos homens serem exaltados (Sl 12.8) e os homens serem cegos para os seus próprios interesses na escolha dos seus guias”.[19]

Através do exemplo das árvores frutíferas podemos aprender que ausência de ambição é uma evidência por demais importante de dignidade e verdadeira vocação. Homens dignos não se degladiam na busca pelo poder. Pelo contrário, eles relutam diante das honrarias oferecidas. A história apresenta exemplos que consubstanciam isso. Tem-se o exemplo do profeta Jeremias, que via a si mesmo como um menino (Jeremias 1.6). Tem-se o exemplo de Moisés, que via sua dificuldade no falar como incapacidade para a grandiosa tarefa que Deus colocava diante de si (Êxodo 4.10). Os melhores e mais capazes homens não ambicionam reinar sobre o povo. O Senhor Jesus Cristo deixou isso claro: “Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva” (Mateus 20.25,26). Há algo maior que ser rei, presidente de presbitério, sínodo e Supremo Concílio.

Outra lição que pode ser extraída da parábola de Jotão, é que quando os ambiciosos, por seu egoísmo, procuram todos os meios para ocuparem posições honrosas e nelas se perpetuarem, isso certamente resultará em prejuízo para aqueles que são governados. Quando vemos homens maquinando, organizando conluios e conchavos, utilizando-se de expedientes escusos, legais, porém antiéticos para galgarem a presidência de determinadas diretorias, podemos estar certos de se tratarem de Abimeleques do nosso tempo. Particularmente, fico preocupado quando vejo homens ambicionando cargos honoríficos em nosso meio. Nossas árvores acabam sendo lideradas por espinheiros, consequentemente, seremos vítimas do seu fogo.

Por fim, uma palavra a respeito de muitas pessoas que recusam cargos de liderança, motivados não por verdadeira humildade, mas por algum outro sentimento carnal. A Igreja recebeu de Deus o discernimento para escolher seus líderes, portanto, ela é capaz de reconhecer os dons e a vocação que pessoas receberam da parte do Senhor. Em muitas ocasiões, em eleições de sociedades internas e até mesmo nos concílios da Igreja, pessoas verdadeiramente preparadas e capacitadas rejeitam cargos. O resultado, como pode ser visto na parábola de Jotão, é que quando as árvores frutíferas dos nossos dias rejeitam peremptoriamente cargos na Igreja, e por motivos completamente alheios aos apresentados pelas árvores frutíferas da parábola, espinheiros acabam ocupando tais cargos e trazendo fogo sobre todas as árvores. Portanto, tenhamos cuidado e examinemos nossa consciência na hora de aceitar ou recusar um cargo de liderança. Devemos nos perguntar: Por qual razão desejo estou aceitando esse cargo? Por qual razão estou recusando o mesmo? Tanto aceitar motivado por ambição quanto recusar motivado por egoísmo é pecado diante do Senhor. O exemplo de verdadeira humildade pode ser encontrado na pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo, que “não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mateus 20.28).

Shalom U'vrachôt - Paz e bençãos.

NOTAS:

[1] Existe muita discussão quanto à classificação dessa perícope. Alguns não aceitam o seu caráter parabólico, reputando-a como uma simples fábula ou um mero apólogo. Não obstante, concordo com o arrazoado feito pelo estudioso Herbert Lockyer, que defende que Juízes 9.7-21 é uma parábola. Para a discussão empreendida por Lockyer, ver a sua excelente obra Todas as Parábolas da Bíblia,(São Paulo: Vida, 2006), 35. De igual modo, Gerard van Groningen classifica a passagem em questão como uma parábola. Cf. Revelação Messiânica no Antigo Testamento, (São Paulo: Cultura Cristã, 2004), 257.

[2] Juízes 9.1 diz o seguinte: “Abimeleque, filho de Jerubaal...”. Devemos lembrar que, em Juízes 6.32, Gideão passou a se chamar Jerubaal, em razão de ter ele derribado o altar de Baal. Cf. Juízes 7.1.

[3] Gerard van Groningen, Revelação Messiânica no Antigo Testamento, 256.

[4] Herbert Lockyer, Todas as Parábolas da Bíblia, 36.

[5] Matthew Henry, Comentário Bíblico Antigo Testamento: Josué a Ester, (Rio de Janeiro: CPAD, 2010), 136.

[6] Andrew Bowling, In: R. Laird Harris, Gleason L. Archer Jr., e Bruce K. Waltke, Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento, (São Paulo: Vida Nova, 2001), 940.

[7] Ibid.

[8] Carl Edward Armerding, In: F. F. Bruce (Org.), Comentário Bíblico NVI Antigo e Novo Testamentos, (São Paulo: Vida, 2009), 447.

[9] C. F. Keil and F. Delitzsch, Commentary on the Old Testament in Ten Volumes: Joshua, Judges, Ruth, I & II Samuel, Vol. 2, (Grand Rapids, MI: Eerdmans Publishing Company, 1991), 363. Minha tradução.

[10] Matthew Henry, Comentário Bíblico Antigo Testamento: Josué a Ester, 136.

[11] Ibid, 137.

[12] Artur E. Cundall e Leon Morris, Juízes e Rute: Introdução e Comentário, (São Paulo: Vida Nova, 2008), 125.

[13] Herbert Lockyer, Todas as Parábolas da Bíblia, 37.

[14] Matthew Henry, Comentário Bíblico Antigo Testamento: Josué a Ester, 137.

[15] Artur E. Cundall e Leon Morris, Juízes e Rute: Introdução e Comentário, 125.

[16] Ibid.

[17] C. F. Keil and F. Delitzsch, Commentary on the Old Testament in Ten Volumes: Joshua, Judges, Ruth, I & II Samuel, Vol. 2, 364.

[18] Carl Edward Armerding, In: F. F. Bruce (Org.), Comentário Bíblico NVI Antigo e Novo Testamentos, 447.

[19] Matthew Henry, Comentário Bíblico Antigo Testamento: Josué a Ester, 137.

A GLÓRIA DA SEGUNDA CASA


UMA INTERPRETAÇÃO CRISTOLÓGICA




“A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o SENHOR dos Exércitos; e, neste lugar, darei a paz, diz o SENHOR dos Exércitos” (Ageu 2.9).

É com frequência que igrejas locais mudam de endereço, a fim de proporcionar melhorias aos seus membros, bem como em busca de maiores espaços, a fim de acomodar um maior número de pessoas. É frequente, também, que para promover esta busca e conferir uma grande importância a um espaço cúltico maior, muitos acabam usando a passagem de Ageu 2.9. A lógica é a seguinte: O primeiro “templo” comportava apenas 150 pessoas. Já este segundo possui a capacidade para 500 pessoas. Com isso, de acordo com eles, cumpre-se a Palavra do Senhor em Ageu, pois a glória da “segunda casa” é maior que a da primeira.

Meu propósito neste breve comentário é analisar a passagem citada em seu contexto, a fim de obter uma conclusão a respeito da maneira como a mesma é aplicada por aqueles que entendem que ela diz respeito a locais de culto cada vez maiores.

O Livro de Ageu


Ageu é conhecido como um dos profetas da restauração, o que significa que sua atuação profética se deu quando os judeus já haviam retornado à Terra Prometida. O livro tem início com a contextualização histórica: “No segundo ano do rei Dario” (1.1), ou seja, por volta de 520 a.C. Juntamente com Zacarias, Ageu profetizou durante o reinício da reconstrução do Templo, exatamente no ano 520 a.C. De acordo com O. Palmer Robertson, Ageu foi “a primeira voz profética a falar desde o tempo da restauração da nação”.[1]

O primeiro tema a receber destaque na profecia de Ageu é o da reconstrução da “Casa do SENHOR”:

Assim fala o SENHOR dos Exércitos: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo em que a Casa do SENHOR deve ser edificada. Veio, pois, a palavra do SENHOR, por intermédio do profeta Ageu, dizendo: Acaso, é tempo de habitardes vós em casas apaineladas, enquanto esta casa permanece em ruínas? Ora, pois, assim diz o SENHOR dos Exércitos: Considerai o vosso passado. Tendes semeado muito e recolhido pouco; comei, mas não chega para fartar-vos; bebeis, mas não dá para saciar-vos; vesti-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o para pô-lo num saquitel furado.

Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Considerai o vosso passado. Subi ao monte, trazei madeira e edificai a casa; dela me agradarei e serei glorificado, diz o SENHOR. Esperastes o muito, e eis que veio a ser pouco, e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu com um assopro o dissipei. Por quê? – diz o SENHOR dos Exércitos; por causa da minha casa, que permanece em ruínas, ao passo que cada um de vós corre por causa da sua própria casa (Ageu 1.2-10).

O povo de Israel estava sendo negligente em reconstruir o Templo, o lugar da habitação de Deus no meio do seu povo. A ordem de Deus era no sentido de que o povo abandonasse seu egoísmo e passasse a se preocupar com a casa do Senhor. A ideia passada pelo povo com a sua atitude era a de que Deus era irrelevante. Eles não sentiam falta do Templo, do lugar onde o Senhor era adorado, onde o sacrifício tipológico era realizado e o perdão anunciado.



A “Segunda Casa” Comparada com a Primeira

A partir do versículo 12 vê-se que o povo atendeu à ordem do Senhor por intermédio do profeta Ageu: “Então, Zorobabel, filho de Salatiel, e Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, e todo o resto do povo atenderam à voz do SENHOR, seu Deus, e às palavras do profeta Ageu, as quais o SENHOR, seu Deus, o tinha mandado dizer; e o povo temeu diante do SENHOR”. A profecia inicial de Ageu se deu no primeiro dia do sexto mês (1.1), ao passo que a reconstrução do templo teve início no “vigésimo quarto dia do sexto mês” (1.15).

Cerca de um mês após o início da reconstrução (2.1), os anciãos que ainda tinham em sua lembrança o esplendor do templo construído por Salomão, ao verem as construções do segundo templo lamentavam a sua inferioridade estética em relação ao primeiro. Por isso, o Senhor Deus perguntou por intermédio do profeta Ageu: “Quem dentre vós, que tenha sobrevivido, contemplou esta casa na sua primeira glória? E como a vedes agora? Não é ela como nada aos vossos olhos?” (2.3). “Comparado com o anterior, o templo que eles estão construindo terá pouco da primitiva grandeza e beleza. Parecer-lhes-á como nada”.[2] A comparação é feita entre a “glória” do primeiro templo e a aparente ausência de “glória” do segundo.

É importante recordar que o termo hebraico kabôd, traduzido como “glória” é usado em outros profetas com uma conotação diferente desta. Ezequiel, por exemplo, fala da kabôd para se referir à presença do Senhor no templo: “Como o aspecto do arco que aparece na nuvem em dia de chuva, assim era o resplendor em redor. Esta era a aparência da glória do SENHOR; vendo isto, caí com o rosto em terra e ouvi a voz de quem falava” (1.28). No capítulo 10, Ezequiel vê a kabôd do Senhor abandonando o templo, simbolizando que Deus não mais habitaria ali, não mais estaria presente de um modo especial e pactual: “Então, se levantou a glória do SENHOR de sobre o querubim, indo para a entrada da casa; a casa encheu-se da nuvem, e o átrio, da resplandecência da glória do SENHOR [...] Então, saiu a glória do SENHOR da entrada da casa e parou sobre os querubins” (vv. 4,18). Entretanto, Ageu “não aponta inicialmente para essa glória da presença de Yahweh. Antes, ele refere-se à beleza do templo de Salomão”.[3]

Já no versículo 7, o termo kabôd possui a mesma conotação da profecia de Ezequiel. A referência é à presença do Senhor no seu templo. Enquanto os anciãos se lembravam da beleza e esplendor do templo de Salomão, Deus promete que o segundo templo, menor em tamanho e riquezas, possuirá uma glória plena, pois, diz o Senhor “encherei de glória esta casa”. O Senhor estava ensinando ao seu povo que, “a glória do templo não dependeria de sua forma exterior. Ao contrário, a glória é vista na própria presença de Yahweh”.[4] A mensagem para aqueles que se encontravam chorosos e àqueles que concentram sua atenção na estrutura física do edifício cúltico, é que a beleza e o tamanho não influenciam ou diminuem a glória do local, mas sim a presença de Deus com o seu povo.

A Glória da Segunda Casa e Jesus Cristo

Deus prometeu que a sua presença encheria aquela casa de glória: “Ainda uma vez, dentro em pouco, farei abalar o céu, a terra, o mar e a terra seca; farei abalar todas as nações, e as coisas preciosas de todas as nações virão, e encherei de glória esta casa, diz o SENHOR dos Exércitos” (2.6-7). A grande questão é se a manifestação plena da glória de Deus estaria limitada àquele segundo templo que estava sendo construído na ocasião, ou se ela aponta apara algo além daquela edificação. A linguagem do profeta lembra o que aconteceu quando Davi se tornou rei de Israel. Várias nações reconheceram o seu reinado e enviaram presentes, coisas preciosas (2Samuel 5.11). O mesmo aconteceu com Salomão, filho de Davi (1Reis 5.8-10; 10.1-10). Não obstante, a referência é que as nações virão agora para contemplar a glória da casa do Senhor. Deus está falando de Cristo, que tanto era filho de Davi (Mateus 1.1) como a habitação permanente de Deus entre o seu povo (João 1.14). O. Palmer Robertson faz um comentário perspicaz a este respeito:

Este segundo abalo põe em destaque um único descendente de Davi, que possuirá poderes para agir com autoridade divina sobre todas as nações. Assim como o templo de Deus e o trono de Davi se fundiram no Monte Sião com a vinda da Arca para Jerusalém, assim também o profeta antecipa uma futura unificação gloriosa do culto divino e do domínio através de um monarca Davídico restaurado.[5]

A interpretação de Calvino também leva em conta o elemento messiânico da profecia:

Mas nós podemos entender o que ele diz de Cristo, virá o desejo de todas as nações, e eu encherei esta casa com glória. De fato, sabemos que Cristo era a expectativa de todo o mundo, de acordo com o que foi dito por Isaías. E pode ser dito apropriadamente que, quando o desejo de todas as nações vier, isto é, quando Cristo se manifestar, em quem os desejos de todos convergem, então, a glória do segundo templo será esplendorosa.[6]

Por esta razão é que o Senhor declara, no versículo 9: “A glória desta última casa será maior do que a da primeira”. A glória do segundo templo não possui nenhuma relação com o seu espaço físico ou com seus objetos de valor. A glória do segundo templo está direta e inextricavelmente relacionada com a vinda de Jesus Cristo. Por se tratar de um templo mais próximo da vinda do Messias do que o que fora construído por Salomão, o segundo seria mais glorioso. Diz o puritano Matthew Poole que, “o que Deus chama de glória deve ser bem melhor do que prata e ouro. Maior que a da primeira, verdadeiramente mais gloriosa, em muitos graus. O mínimo de Cristo tem glória maior que toda a magnificência de Salomão. Não existiram mais que duas casas erigidas por designação divina, e, na segunda, adentrou pessoalmente o Messias”.[7] Calvino afirma ainda que, não devemos imaginar, como alguns intérpretes “brutos”, que a glória futura do segundo templo dizia respeito às reformas empreendidas por Herodes, visando restaurar a suntuosidade do templo. Antes, de acordo com ele, “o que é dito aqui a respeito da glória futura do templo é aplicado à excelência daquelas bênçãos espirituais que apareceram quando Cristo foi revelado, e ainda continuam visíveis para nós através da fé”.[8]

A conexão entre a glória do segundo templo e Jesus fica mais evidente com a continuação do versículo 9: “e, neste lugar, darei a paz, diz o SENHOR dos Exércitos”. No Antigo Testamento a promessa de paz sempre estava ligada à vinda do Messias: “O SENHOR dá força ao seu povo, o SENHOR abençoa com paz ao seu povo” (Salmo 29.11). O conceito veterotestamentário de paz carrega “a noção positiva de bênçãos, especialmente a de um correto relacionamento com Deus”.[9] Isso fica evidente na bênção araônica, em Números 6.24-26: “O SENHOR te abençoe e te guarde; o SENHOR faça resplandecer o rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o SENHOR sobre ti levante o rosto e te dê a paz”.

Além disso, as passagens proféticas do Antigo Testamento olham adiante para um período de paz que seria inaugurado pela vinda do Messias: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9.6); “Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta. Destruirei os carros de Efraim e os cavalos de Jerusalém, e o arco de guerra será destruído. Ele anunciará paz às nações; o seu domínio se estenderá de mar a mar e desde o Eufrates até às proximidades da terra” (Zacarias 9.9-10). O profeta Ezequiel anunciou que através do Messias, Deus faria uma eterna aliança de paz com o seu povo: “Farei com eles aliança de paz; será aliança perpétua. Estabelecê-los-ei, e os multiplicarei, e porei o meu santuário no meio deles, para sempre” (37.26). Interessantemente, a ideia de um santuário, um templo ligado ao estabelecimento da paz também aparece na passagem de Ezequiel.

Isto posto, quando os discípulos estavam reunidos com Jesus no cenáculo, ouviram o seu Mestre dizer: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo”(João 14.27). Com toda certeza eles rememoraram as promessas escriturísticas a respeito do estabelecimento da paz pelo Messias, aquele que era o tabernáculo de Deus entre os homens.
É importante observar ainda que, Apocalipse 21.22 faz uma afirmação extraordinária a respeito da Nova Jerusalém: “Nela, não vi santuário, porque o seu santuário é o Senhor, o Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro”. G. K. Beale e Sean M. McDonough afirmam que, “João provavelmente entendeu estas profecias do Antigo Testamento como sendo cumpridas no futuro por Deus e Cristo substituindo o primeiro templo físico e a arca por sua gloriosa habitação, o que tornará a glória do primeiro templo diminuta”.[10]

Conclusão

A glória do segundo templo não dizia respeito ao seu tamanho nem ao esplendor do material usado na sua construção – até porque, em comparação com o primeiro templo, o segundo foi capaz de despertar o choro dos anciãos que viram o que fora construído por Salomão. A glória da segunda casa estava ligada à vinda do Messias, de Jesus Cristo, o verdadeiro templo de Deus, o Emanuel, o Deus conosco.

Usar a passagem de Ageu 2.9 para recomendar um enorme espaço cúltico, com capacidade para abrigar milhares de pessoas é cometer duplo erro. Em primeiro lugar, comete-se o erro de torcer o sentido da passagem de acordo com o contexto do livro do profeta Ageu. A segunda casa cuja glória seria maior era pequena e destituída de ornamentos em comparação com a primeira. Mas muitos usam a passagem para falar de uma segunda casa maior que a que usavam até então. Em segundo lugar, comete-se o erro de desconsiderar Jesus Cristo, de se apegar às sombras do Antigo Testamento em detrimento daquele que dá sentido a todo ajuntamento solene e que enche de glória todo e qualquer lugar onde o povo de Deus está reunido para adorá-lo em espírito e em verdade.

Shalom U'vrachôt



[1] O. Palmer Robertson. The Christ of the Prophets. Phillipsburg, NJ: P&R Publishing, 2004. p. 368.
[2] Gerard van Groningen. Revelação Messiânica no Antigo Testamento. São Paulo: Cultura Cristã, 2003. p. 813.
[3] Ibid.
[4] Ibid. pp. 817-818.
[5] O. Palmer Robertson. The Christ of the Prophets. p. 383.
[6] John Calvin. The Minor Prophets: Habakkuk, Zephaniah & Haggai. Vol. 4. Edinburgh: The Banner of Truth Trust, 1986. p. 360.
[7] Matthew Poole. A Commentary On The Holy Bible: Psalms-Malachiah. Vol. 2. Peabody, MA: Hendrickson Publishers, 2010. p. 987.
[8] John Calvin. The Minor Prophets: Habakkuk, Zephaniah & Haggai. Vol. 4. p. 361.
[9] Andreas J. Köstenberger. “John”. In: G. K. Beale e D. A. Carson (Eds.). Commentary On The New Testament Use of The Old Testament. Grand Rapids, MI: Baker Academic e Apollos, 2007. p. 490.
[10] G. K. Beale e Sean M. McDonough. “Revelation. In: Ibid. p. 1153.

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