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quinta-feira, 15 de julho de 2010

PRAZER SEXUAL NA BÍBLIA

As colocações abaixo foram elaboradas em resposta às perguntas de um professor ímpio sobre uma suposta origem bíblica de uma possível repressão ao prazer sexual entre os judeus.

Análise bíblica da "repressão ao prazer sexual"

1) Sexo-prazer - mal visto.

Tal suposição não encontra fundamento na bíblia. Nela não se vê nenhuma palavra contra o prazer sexual. Somente se determina que a cópula seja restrita aos cônjuges. Deus criou o seres humanos: macho e fêmea (Gênesis 1.27). Essa distinção já pressupõe a prática sexual. Além disso, Deus ordenou que suas criaturas crescessem e multiplicassem (Gênesis 1.28). Entendemos que o sexo existe para a reprodução. Entretanto, tal compreensão e afirmativa não representam a negação ao prazer. Se não houvesse o desejo e a satisfação encontrada no ato sexual, a perpetuação da espécie humana teria corrido sérios riscos no início da história humana. A reprodução ficaria dependendo de uma consciência de obrigação por parte das pessoas, e o ser humano poderia se extinguir por uma simples questão de esquecimento ou falta de tempo. Para que assim não ocorresse, Deus fez com que o sexo fosse prazeroso. Podemos pensar da mesma forma em relação ao ato da alimentação. Se formos analisar, concluiremos que temos a "obrigação" de ingerir alimentos e beber água freqüentemente. Entretanto, normalmente não pensamos no comer e beber como uma obrigação, mas, quase sempre como um prazer. Para a nossa própria segurança e também para o nosso próprio bem estar, Deus fez com que a alimentação fosse um motivo de prazer para nós.
Alguém pode dizer que o prazer é legítimo, mas que o ato sexual deve ter sempre o objetivo da reprodução. Como dissemos, o ato sexual existe para a reprodução, mas a bíblia nos dá a entender que o mesmo é legítimo e honrado, mesmo que a reprodução não ocorra ou não esteja sendo buscada. Vejamos o que diz o apóstolo Paulo na primeira carta aos coríntios, capítulo 7, versos 4 e 5: "A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também da mesma maneira o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher. Não vos defraudeis um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos aplicardes à oração; e depois ajuntai-vos outra vez, para que Satanás vos não tente pela vossa incontinência." Paulo está dizendo que a prática sexual seria constante na vida do casal e que a abstinência só poderia acontecer por consentimento mútuo e por pouco tempo. Paulo estaria ensinando os casais a terem filhos ininterruptamente? Creio que não. O que está em pauta é a necessidade do prazer sexual e sua legitimidade dentro dos limites do matrimônio.
No Velho Testamento, no livro de Cantares de Salomão, encontram-se várias alusões aos atributos físicos dos cônjuges e ao seu relacionamento amoroso. Suas palavras parecem se relacionar bem com a questão do prazer e não com a sua negação.

2) Esterilidade - maldição.

A idéia da esterilidade como maldição é encontrada nos relatos bíblicos. Quando Deus se revelou a Abraão, o patriarca de Israel, fez-lhe a promessa de uma descendência numerosa, a qual, assim como as estrelas do céu e os grãos de areia da praia, não poderia ser contada. (Gênesis 15.5). Assim, todo israelita se considerava abençoado quando podia ter filhos. Estava, desse modo, sendo alcançado pela bênção de Deus prometida a Abraão. A esterilidade era então vista como maldição, por ser contrária à benção. Os homens valorizavam muito o fato de deixarem herdeiros. Por isso, as mulheres estéreis eram, em muitos casos, desprezadas. Seus maridos logo se uniam a outra mulher para com ela ter filhos. Evidentemente, quando o homem amava uma mulher, ele não a rejeitava por causa da esterilidade, mas, de qualquer forma, ela se sentia a pior das criaturas. (Gênesis 16.1-6 Gênesis 30.1-26 I Samuel 1.1-20 II Samuel 6.16-23 Salmo 127.3-5).
Pela bíblia, entendemos que Deus escolheu a nação de Israel para que, através dela, Cristo viesse ao mundo. Para que isso acontecesse, esse povo precisava se multiplicar. A esterilidade surgia então como um estorvo ao propósito divino.
Apesar de tudo isso, a bíblia nos mostra o amor divino pelas mulheres estéreis. Ainda que os homens as rejeitassem, Deus não as rejeitava. Nos textos mencionados vemos, inclusive, casos em que Deus ouviu a súplica de mulheres estéreis e lhes curou a esterilidade. (Salmo 113.9).
No Novo Testamento, temos uma referência atípica sobre as mulheres estéreis. Jesus fala de um tempo de angústia tão grande, que as mulheres estéreis estariam felizes por não terem filhos para o sofrimento (Lucas 23.28-30; Mateus 24.19).


3) Adultério (feminino) - punição com apedrejamento público.

Não existe adultério feminimo. O adultério é um ato que envolve um homem e uma mulher. (A não ser que se trate de uma mistura de adultério com lesbianismo). A lei de Moisés determinava pena de morte para os adúlteros, homem e mulher. (Êxodo 20.14; Levíticos 18.20; Levítico 20.10; Deuteronômio 22.22). No evangelho de João temos o relato a respeito de uma mulher adúltera, que foi trazida pelos fariseus perante Jesus, para que ele dissesse se deveriam apedrejá-la ou não. Vemos nesse episódio uma tentativa de se cumprir parcialmente a lei. Onde estava o homem que adulterara com aquela mulher? O texto nos diz que houve flagrante. Logo, não trouxeram o homem porque não quiseram.
A proibição do adultério nada tem a ver com repressão ao prazer sexual. A bíblia ensina o valor da família. Se não houvesse nenhuma restrição ao adultério e à prostituição, então a família cairia em extinção. As conseqüências poderiam ser: filhos sem um lar, sem uma estrutura familiar tão necessária à formação da personalidade. Os idosos desamparados ou isolados, já que suas vidas foram totalmente fragmentadas por aventuras sexuais sem regras e sem compromissos. Por essa causa, seria difícil a existência de laços e responsabilidades. E não é o que temos visto muitas vezes? Tudo isso tem acontecido em escala cada vez maior devido ao desprezo pelos princípios bíblicos. (Provérbios 2.16; Provérbios 5.8; Jeremias 23.10; O Novo Testamento não nos manda apedrejar os adúlteros, mas continua ensinando que o adultério é pecado, é um atentado contra a família e contra a sociedade. (Mateus 5.27-28; Mateus 12.39; Romanos 7.1-3; I Coríntios 6.9; Hebreus 13.4; Tiago 4.4). A palavra de Deus aos adúlteros é que se arrependam, se convertam aos ensinos de Cristo e sejam fiéis aos seus conjuges. Tudo está resumido no que Jesus disse àquela mulher adúltera: "Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? (E ela disse: ninguém, Senhor). Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais." (João 8.10-11).

4) Menstruação - impureza que necessitava de rituais de purificação.

O texto de Levítico 15, menciona o fluxo feminino (menstruação) e o fluxo masculino (polução) como imundícies. Tal afirmação nada tem a ver com repressão ao prazer sexual. Esses ensinamentos estavam entre outros tantos que determinavam atos de higiene para o povo de Israel. Podemos dizer que eram desnecessários? De modo nenhum, principalmente naquele tempo, aproximadamente 1.200 a.C., quando não havia água canalizada, nem absorventes, nem hospitais, nem os remédios e tratamentos de saúde da atualidade. Por isso, Deus ditou várias regras rígidas de higiene, afim de que não houvessem epidemias no meio do povo.


5) Novo Testamento: não faz referências claras à sexualidade. Apenas mostra a tolerância com a mulher adúltera.

Existem poucos textos relacionados à sexualidade no Novo Testamento. Entretanto, isso não pode ser usado para dizer que a bíblia condena o prazer sexual. O Novo Testamento não fala muito sobre sexo, simplesmente porque este não é o seu tema. O Novo Testamento tem como objetivo instruir as pessoas com vistas à salvação de suas almas. Se formos analisar profundamente, a salvação estará relacionada a todas as áreas da vida humana. Então, os escritores neo-testamentários acabam tocando em questões sexuais, principalmente para alertar contra a prostituição, o adultério e o homossexualismo, e não para condenar o prazer sexual em si. Quanto à tolerância com a mulher adúltera, podemos dizer: Deus demonstra tolerância com todas as pessoas, mas isso não significa que ele aprova o pecado. Deus ama o pecador (João 3.16), mas abomina o pecado. O que ele deseja é que todos se arrependam e se convertam. Nosso tempo de vida é nosso tempo de oportunidade. Os que não se arrependerem serão condenados por Deus. (Romanos 1.18-32; I Coríntios 5.1-5; I Coríntios 6.15-20; Gálatas 5.19-21; Efésios 5.5; Efésios 6.28-31; Colossenses 3.5; I Tessalonicenses 4.3-7; I Timóteo 4.12; Apocalipse 2.20-22).

Pr. Anísio Renato de Andrade
Bacharel em teologia

sábado, 3 de julho de 2010

Ministério Internacional Creciendo em Gracias

Ministério Internacional Creciendo em Gracias - UM OUTRO EVANGELHO!

Publicado em 10/24/2006

Paulo Cristiano, do CACP
Revista Defesa da Fé, nº 72

"Vocês são todos abençoados", diz o líder, ao abrir a reunião. Em seguida, em meio a aplausos e murmúrios de frases nada convencionais, ordena que as pessoas digam que "esteja ativada a mente de Cristo". Apesar de certas frases e a liturgia serem semelhantes à de algumas igrejas evangélicas, todavia, estamos diante de um dos grupos pseudocrístãos mais perigosos que têm surgido nos últimos tempos: o Ministério Creciendo em Gracias (Crescendo em Graça), o qual, daqui por diante, chamaremos de MCG.

O MCG se mostra um movimento muito fértil em produzir heresias. Tais desvios doutrinários, por vezes, vêm camuflados com nomes atrativos, como, por exemplo, "cápsulas de graça", que segundo eles, nada mais são do que "o resumo de um fundamento da doutrina da graça que contém a posição tradicional e desviada dos religiosos...".

Neste artigo, pretendemos expor os ensinos pregados por esse movimento para que o povo de Deus, não sejam levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente" (Ef 4:14)

Toda a nossa pesquisa está baseada no site oficial do MCG.


ORIGEM DO MOVIMENTO

Seu idealizador foi o porto-riquenho José Luiz de Jesus Miranda, mais conhecido como "o apóstolo", fundador e líder do MCG. Não nos deteremos em refutar todas as heresias concernentes à sua pessoa, mas somente as heresias que consideramos de maior importância para a manutenção da ortodoxia doutrinária.

A sede mundial do MCG fica em Miami, Flórida, EUA. Fundado por volta de 1986, o movimento chegou ao Brasil dez anos atrás, aproximadamente.(1) Atualmente, a central do movimento por aqui fica em Guadalupe, bairro do Rio de Janeiro, RJ. O MCG alega que está presente em todo o continente americano e na Austrália, perfazendo um total de 24 países. No Brasil, estão fixados em nove Estados, sendo que em São Paulo possui seis igrejas, as quais denominam "centros educativos". Mantêm ainda vários programas de rádio e TV.


UM MOVIMENTO EXCÊNTRICO

Problemas com a hermenêutica

Pesquisando o MCG por meio de seus sermões, testemunhos e credos, fica fácil traçar o perfil doutrinário e a tendência psicológica do grupo. São pessoas que vivem sob a tutela de "revelações". O próprio fundador alega ter recebido sua doutrina diretamente de Jesus: "A fé é uma ciência, olhe, essa ciência ninguém nesta terra conhece [...] nem eu a conhecia. O Senhor me comunicou, pessoalmente...". O MCG usa e abusa de textos bíblicos de maneira inescrupulosa a ponto de truncar determinados versículos a fim de sustentar seus pontos de vista heréticos. Veremos isso nas distorções apresentadas mais adiante.


Problemas com a semântica

Fazem uso de uma semântica enganosa, pois, ao mesmo tempo em que exprimem suas doutrinas usando termos tipicamente cristãos, atribuem, contudo, significados totalmente diferentes, reinterpretando os termos bíblicos. Um exemplo disso é o que eles entendem pela palavra cristão: "... Ser cristão não é receber a Cristo como Salvador ou crer nele, mas, sim, receber e aceitar os ensinos que o apóstolo Paulo deixou como fundamento, e que agora o apóstolo José Luiz de Jesus explica para a edificação do Corpo de Cristo".



SEMELHANÇAS DO MCG COM AS DEMAIS SEITAS

Unicismo

Não acreditam na Trindade. São modalistas. Para eles, Deus é uma só pessoa que se manifestou de três maneiras diferentes (também chamado de sabelianismo). Dizem: "Cremos que Deus é um, e um é o seu nome. O trinitarismo é uma falsa doutrina que pretende separar a pessoa de Jesus Cristo de Deus Pai como dois seres em separado. O unitarismo ensina que é só Jesus. Ao contrário, nós ensinamos que Jesus é também o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Três manifestações, porém, um só Deus", semelhante ao que crêem os grupos Tabernáculo da Fé, Voz da Verdade e Igreja Local.


Aniquilacionismo

De forma idêntica às testemunhasde-jeová e aos adventistas do sétimo dia, são aniquilacionistas. Não crêem no inferno de fogo e chegam a afirmar: "Com respeito ao evangelho, quer dizer, às quatorze cartas que Paulo escreveu depois da cruz, nunca mencionou a palavra inferno, isto se deve ao fato de que o inferno não existe".


Reencarnacionismo

Também acreditam na possibilidade da reencarnação: "Veja bem, a reencarnação é um recurso usado por Deus do jeito que Ele quer. Não é uma forma automática na vida do crente. É totalmente regulada por Deus".


Preexistência dos espíritos

Semelhante à crença mórmon, acreditam na preexistência dos espíritos. Na verdade, acreditam que os anjos são nada mais que espíritos sem corpos e os seres humanos, anjos com corpos. Referindo-se aos adeptos do grupo, dizem: "Os membros desta família sabem que existiam em condição de anjos antes da fundação do mundo".


Adão como Satanás

Para eles, Adão foi Satanás encarnado. Ao morrer na cruz, Jesus aniquilou o pecado de Adão que seria a obra do diabo; ou seja, o diabo e o pecado não existem mais, foram aniquilados. "Deus depositou no primeiro homem o espírito de Satanás; ou seja, Adão era Satanás...".


Deificação do homem

Assim como os localistas e os novaerenses, também acreditam que são deuses: "Você é um espírito criado por Deus à sua imagem e semelhança, porque Deus teve filhos, e Deus os chamou de deuses. Diga: SOMOS DEUSES...".


PECULIARIDADES DOUTRINARIAS DO MCG:

· Afirmam que existem dois evangelhos: um falso (o da circuncisão), pregado por Pedro e os demais apóstolos, e outro verdadeiro (o da incircuncisão), pregado por Paulo e agora por José Luiz de Jesus;

· Fazem diferença entre Jesus de Nazaré e Jesus Cristo. Dizem: "É por isso que Paulo ensinava a servir àquele que ressuscitou e não a Jesus de Nazaré, que foi o corpo de Cristo (Rm 7.4). Em outras palavras, servir a Jesus Cristo ressuscitado é colocar-se depois da cruz e imitar a Jesus de Nazaré é colocar-se antes da cruz". E mais: "O evangelho diz que, para darmos fruto para Deus, devemos ser do ressuscitado. Se você é de Jesus de Nazaré dá fruto, porém, para os homens, porque a doutrina que Jesus de Nazaré produz fé fingida".

· Tentam fazer uma antítese entre o evangelho pregado por Paulo e o evangelho pregado pelos demais apóstolos, principalmente Pedro e João. Referindo-se a Pedro, afirmam: "Paulo profeticamente disse: 'Com a minha partida, entrarão lobos vorazes que não perdoarão o rebanho' (At 20.29). E mais: "Que antes da vinda do Senhor se manifestaria a apostasia, o iníquo (2Ts 2.4). Quem se opôs ao sacrifício de Jesus (Mt 16.21-23), quem se opôs ao evangelho de Paulo (Gl 2.1-14)? Pedro, o mesmo que deu a mão a Paulo em sinal de companheirismo e que, em seguida, Paulo repreendeu por ser hipócrita (Gl 2.9-14). Foi por isso que Paulo disse que o mistério da iniqüidade já estava em ação (Pedro), mas havia quem o deteria (Paulo), até que fosse tirado do meio (2Ts 2.7)".

· Referindo-se a João, afirmam, no mesmo fôlego: "Quando um crente é iluminado, ele entende que o diabo já não existe mais, que o pecado foi aniquilado, que está morto à lei, que foi Deus quem o escolheu antes da fundação do mundo, que é santo e está sem mancha diante do Senhor. Do contrário, ele chama esta revelação de blasfêmia, heresia. E mais, porque João não foi iluminado por esta palavra, ele chamou Paulo de anticristo, porque Paulo ensinava a não imitar a Jesus de Nazaré, mas a Jesus Cristo, o ressuscitado (Rm 7.4)". Sustentam, ainda, que somente o apóstolo Paulo recebeu a revelação do evangelho da graça.

· Segundo o MCG, as igrejas cristãs foram somente aquelas fundadas a partir do apóstolo Paulo. As demais, ainda na concepção deles, eram todas seitas judaicas, não tendo nada a ver com o evangelho de Cristo.

· Não batizam, não tomam a santa ceia e não incentivam os membros ao arrependimento de pecados, pois entendem que tudo isso deve ser deixado de lado. Para que possam sustentar tal absurdo, argumentam que essas coisas são apenas rudimentos da doutrina de Cristo que ficaram para trás.


NEOMARCIONISMO

Sem dúvida, o senhor José Luiz pretende reviver, com todo o vigor, as antigas heresias marcionitas. É o neomarcionismo redivivo em pleno século XXI.

Marcião foi um presbítero do século 2° que, no esforço de afastar e eliminar do cristianismo todos os elementos judaicos das Escrituras do Novo Testamento, com o objetivo de "desjudaizar" a religião cristã, elaborou uma depuração dos escritos neotestamentários. Rejeitou os evangelhos de Marcos, Mateus e João. Forjou seu próprio cânone com textos selecionados do evangelho de Lucas e das cartas paulinas, muitas delas mutiladas. Para ele, nenhum dos apóstolos havia entendido perfeitamente a doutrina de Jesus, com a exceção de Paulo. Por isso, Paulo, para Marcião, é o apóstolo por excelência, pois recebeu de Jesus, por revelação, o verdadeiro evangelho. Fazia, ainda, distinção entre o deus mau do Antigo Testamento com o deus bom do Novo Testamento.

Esses ensinamentos são hoje apregoados por José Luiz de Jesus, que os confirma com a seguinte declaração: "Você não pode conhecer a Deus na lei. Imagine você. Esse Deus do Antigo Testamento. Deus não é assim. Esse é um lado de Deus. Esse é o lado mau de Deus, porque Deus é bom e Deus é mau".

É interessante que a semelhança entre os dois sistemas é idêntica até mesmo nos pormenores. É sabido que Marcião foi o primeiro a formular um cânon pessoal, enquanto o senhor José Luiz divide arbitrariamente a Palavra de Deus da seguinte forma: Escrituras (escritos do Antigo Testamento), História (os quatro evangelhos e o livro de Atos) e Evangelho (somente as epístolas paulinas, inclusive Hebreus).


RESPONDENDO ALGUMAS HERESIAS DO MCG

Adão e Satanás são a mesma pessoa?

"Como caíste do céu [...] Como foste lançado por terra..." (Is 14.12-16).

Os adeptos do MCG acreditam que este texto aponta para Adão, o qual seria o próprio Satanás. Dizem que a palavra "cortado", em certa tradução, está errada. O certo seria "foste formado".

Resposta apologética

Antes de tecermos quaisquer comentários sobre isso, é bom lembrar que a Bíblia sempre compara Satanás com a antiga serpente, o dragão, o leão (2Co 11.3,14; Ap 12.9; 20.2), mas nunca com Adão. A serpente é a mesma que tentou Adão e Eva (Gn 3). Portanto, a gênese da queda envolveu três personagens: Adão, Eva e a serpente, influenciada por Satanás. Outro fato que deve ser considerado é que o capítulo inteiro é uma continuação da profecia contra o império da Babilônia (Is 13.1; 14.4). Quem caiu foi o rei da Babilônia (Is 14.8), monarca que debilitava as nações (Is 14.12) e era soberbo (Is 13.19). A história nos relata que os reis babilônicos tinham todas essas características de grandeza (Dn 4.22); mas, por fim,foram abatidos (Cf. Is 14.23 com Is 47.10). O "homem" do qual fala o verso 16 não pode ser Adão, porque, em sua época, não havia reinos ou nações. Adão não tinha cidades e muito menos fazia pessoas cativas (v.17). Mas isso se encaixa perfeitamente com o rei da Babilônia, usado no texto como figura de Satanás.


Pedro foi inimigo de Paulo?

"... Mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo" (Gl 1.6-8).

Declaram que este texto refere-se aos apóstolos, principalmente Pedro, que queriam perverter o evangelho de Paulo.

Resposta apologética

Certamente, o apóstolo Paulo está se referindo à repreensão dada a Pedro em Gálatas 2.11. Mas daí construir uma aversão entre o evangelho de Paulo e o evangelho de Pedro é ser desonesto com o contexto bíblico, até porque este incidente foi tão irrelevante que Lucas não o menciona em seu livro: Atos dos Apóstolos. Havia, na igreja, muitos da circuncisão (At 10.45; 15.5). O próprio Pedro teve problemas com alguns deles (At 11.2). Este incidente, talvez, explique o receio na atitude de Pedro em Gálatas 2.12. O que Paulo condenava, ao que parece, era o fanatismo de alguns (Fl 3.2) e não o ministério da circuncisão que lhes fora confiado (Cl 4.ll). Paulo chega a reconhecer os dois ministérios como sendo de procedência divina (Gl 2.7 ,8). Dois ministérios, mas um mesmo evangelho.

Paulo se submeteu à igreja-mãe, em Jerusalém (At 15.2,3.22), e quando menciona aqueles "que pareciam ser alguma coisa" (G1 2.6), parece referir-se aos mesmos que se diziam da parte de Tiago (Gl 2.12), mas que não foram enviados por este (At 15.24). Paulo, depois do incidente com os da circuncisão em Antioquia, subiu a Jerusalém para decidir sobre essas questões teológicas com os apóstolos e obteve deles todo o apoio, inclusive o de Pedro (At 15. 23-29). Portanto, a censura de Paulo em Gálatas 1.6,7 não é dirigida aos apóstolos, mas aos da falsa circuncisão (Tt 1.10), dos quais Pedro também foi vítima.


Não ao batismo e ao arrependimento?

"...Deixando os rudimentos da doutrina de Cristo..." (Hb 6.1,2).

Acreditam que este texto os isenta do batismo e do arrependimento. O batismo seria um rudimento a ser abandonado de vez pelos cristãos.

Resposta apologética

Mal interpretado pelos adeptos do MCG, o texto em referência não diz o que eles afirmam dizer. O que o escritor está dizendo tem sua razão em Hebreus 5.12-14. Todos os itens alistados nos versos 1 e 2 são os passos iniciais de quem ainda é novo convertido. Em contrapartida, pelo tempo que já estavam no evangelho, deveriam ser mestres. Mas, metaforicamente, ainda estavam se alimentando com "leite"; ou seja, com as primeiras doutrinas cristãs, da necessidade de se arrependerem dos pecados, de se batizarem, de terem fé em Deus, de ouvirem falar que haverá um juízo final, etc., ensinamentos voltados aos novos convertidos e não aos cristãos amadurecidos na fé, no conhecimento e na graça de Deus. Em verdade, já estava na hora de tais cristãos irem além dessas doutrinas e prosseguirem para a maturidade (perfeição) espiritual, tendo em vista as tribulações que estavam passando.

O texto não desobriga nenhum cristão da observância do batismo e das outras doutrinas, antes, está alertando quanto ao perigo de alguém estacionar naquilo que aprendeu. Se negarmos o batismo e o arrependimento, baseados nesse texto, teremos de negar também o juízo final, a fé em Deus e a ressurreição, coisas que os adeptos do MCG ainda crêem estarem em vigor.


Não existe mais pecado?

Pelo fato de não enfatizarem o arrependimento, acabam tolerando algumas práticas imorais. Dizem que não pecamos mais, porque Jesus destruiu nossos pecados de uma vez por todas (Hb 9.26).

Em resposta a uma pergunta relacionada à aceitação de homossexuais no MCG, e se os mesmos, vivendo na imoralidade, teriam a possibilidade de ser salvos, vejamos o que disseram: "Também é importante esclarecer que algumas manifestações carnais (bebedices, práticas homossexuais, iras, etc.) não podem, de maneira nenhuma, afetar a nossa posição em Cristo (Hb 10.14), tampouco afetar a nossa salvação: 'Porque pela graça sois salvos, por meio da fé' (Ef 2.8); as debilidades da carne não são tomadas em conta pelo Senhor, já que Ele vê o nosso crescimento espiritual e não a nossa atividade carnal".

Resposta apologélica

O apóstolo Paulo constantemente incentivava os crentes ao arrependimento (2Co 7.6-10). Além disso, a palavra aniquilar, "athetesis", no texto grego em pauta, não quer dizer destruição. Ela vem de "atheteo", que significa "pôr de lado", "desprezar", "negligenciar", "opor-se à eficácia de alguma coisa", "anular", "tomar sem efeito", "frustrar", "rejeitar", "recusar", "fazer pouco caso". De fato, Jesus anulou os nossos pecados na cruz, mas isto não quer dizer que o homem não peca mais e, por isso, não precisa de arrependimento. Isso não é verdade. O próprio Paulo reconhecia que era pecador (1 Tm 1.15).


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Infelizmente, algumas questões não foi possível responder aqui. O emaranhado de desvios sustentados pelo MCG poderia nos render um livro sobre o grupo. Esgotar o assunto, porém, não foi o nosso objetivo. Como percebemos, o MCG não passa de mais uma seita (entre tantas outras) que está pregando outro evangelho com outro Jesus (2Co 11.4).

O que expusemos neste artigo é uma pequena parte das inúmeras heresias que o movimento propaga, porém, cremos que tal abordagem seja o suficiente para alertar os verdadeiros cristãos, para que não se deixem enganar por "estes ventos de doutrinas" (Ef 4.14), especialmente pela roupagem evangélica que a maioria das seitas apresenta.

Estejamos atentos e engajados na perseguição da graça e do conhecimento de Deus (2Pe 3.18). Esses elementos caminham juntos e é prejudicial à vida cristã privilegiar um em detrimento do outro. O exagero geralmente conduz ao erro. A verdadeira graça, tal como é pregada nas Escrituras, nos conduzirá ao conhecimento, e este, por sua vez, será a ferramenta que sempre utilizaremos para rejeitar toda e qualquer tentativa de distorção da graça divina.


Fonte de Referência

http://www.brazil.creciendoengracia.com/. Ver links "Estudos", "Calqueo", "Cápsulas", "Perguntas", "Testemunhos" (2003), "Perguntas e Respostas" (2003) e "Cremos",

Desafio das seitas. Ano IV, nº 13 - 1 ° trim. 2000, p.12.

Desafio das seitas. Ano IV, n° 14 - 2" trim. 2000, p. 4.

Revista EI Apostolado. Outubro/ 1998.


Nota

1 El Apostolado. Revista periódica do MCG, publicada em outubro de 1998.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Sexo oral e anal, É permitido por DEUS?,

exo oral e anal, mesmo durante o casamento,
têm aprovação de Deus?

“Vós, maridos, amai as vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, a fim de apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. Afinal de contas, nunca ninguém odiou a sua própria carne, antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja; pois somos membros do seu corpo”. Efésios 5:25-30.


A pergunta que dá título a nossa reflexão semanal é uma das mais intrigantes no meio do povo cristão, senão a que mais desperta controvérsias. Ela esteve publicada no nosso site durante meses para participação aberta de todos os internautas. E, confesso, que grande ainda é a dúvida com relação ao tema. Em termos percentuais, digamos que 50% afirmou ser contra e os outros 50% a favor. Mas esse equilíbrio de opiniões é reflexo da heterogeneidade presente nos ensinamentos que as igrejas evangélicas promovem hoje em dia com os membros. Algumas doutrinas e alguns líderes ensinam que, durante o casamento, tudo é válido em termos de comportamento sexual entre o casal. Outros líderes indo exatamente ao extremo oposto: abominam radicalmente a prática do sexo oral e anal no matrimônio. Ainda existem aqueles pastores que preferem uma postura mais... digamos... conciliadora: aprovando um dos tipos de sexo (o mais comum o oral) e condenando o outro (o anal, claro). E quando não, deixando completamente livre ao entendimento do casal na cama. É certo que a Bíblia não trata desse tema de forma direta e explícita, até porque, à época em que foi escrita, a prática do sexo oral e anal se dava apenas entre casais pagãos, como ocorrera aos habitantes de Sodoma. Mas isso não significa que a Palavra de DEUS seja omissa.

Veja o que escreveu o apóstolo Paulo: “Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas (os que praticam sexo anal)(...) não herdarão o reino de Deus” (1 Coríntios 6:9-10). Podemos também ver através de correlações, inferências, legítimas interpretações saber o que é agradável e o que não é agradável a DEUS, até mesmo em temas que só apareceram na contemporaneidade.

O sexo é o principal alimento que o casal dispõe durante a vida de casados. Ele existe para suprir uma necessidade da carne, moderada, liberada e abençoada por DEUS, e com fins de promover a edificação da vida espiritual do marido e da mulher. No mundo espiritual, temos a oração como principal alimento da alma. No mundo carnal, o sexo: “Não vos defraudeis um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos aplicardes à oração. Depois ajuntai-vos outra vez, para que satanás não vos tente por causa da incontinência” (1 Coríntios 7:5). Porém o fato de, segundo a vontade de DEUS, o sexo ser praticado apenas depois de casados, não significa dizer que o direcionamento do ato esteja apenas ao critério do homem e sua esposa. Mesmo unidos sob o consentimento da igreja e do civil, eles mais do que nunca têm que continuar colocando DEUS na direção de tudo. Em síntese, a ação divina não se restringe apenas ao momento da celebração religiosa e civil. Ela prossegue em todas as atitudes na vida dos cônjugues.

A união sexual do homem e da mulher após o casamento é comparada à relação de Cristo com a sua noiva (a Igreja). A carne de CRISTO, embora muito desgastada pelas viagens missionárias e pela violência sofrida antes de Sua morte, sempre esteve incontaminável do pecado, desde o instante de sua concepção pelo poder do Espírito Santo na virgem Maria. Por isso, JESUS se ofereceu à sua Igreja (povo escolhido e separado) sem mácula, irrepreensível, nem rugas ou coisa semelhante. Salvos pelo sacrifício feito em cruz, passamos a receber o Espírito Santo em nosso corpo; vivemos transformados; passamos a ser chamados Luz do Mundo e Sal da terra, geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido, templo vivo onde mora e habita o Espírito de DEUS. Saímos do nosso corpo simples e mortal, entregue à prevaricação, ao pecado e nos juntamos ao corpo glorificado de JESUS. Passamos a ser integrantes do Seu corpo. Assim era o homem e a mulher antes do casamento. O sexo, sem a aprovação de DEUS, representa apenas uma satisfação meramente instintiva, carnal, diabólica. As duas carnes ainda não se fizeram uma. Quando José recebeu a notícia do anjo que a sua noiva, Maria (até então sem nenhuma experiência sexual), ficaria grávida pela ação pura e simples de DEUS, a primeira reação que ele teve foi de fugir, de abandoná-la. Quanto ao nosso corpo, cada membro tem sua função natural específica e determinada por DEUS.

Os olhos não podem fazer a função dos pés, nem os ouvidos a função dos joelhos. Se hoje é muito difícil aceitar e suportar a idéia de que o único caminho que DEUS deixou para que haja a relação sexual entre o homem e a mulher durante o casamento é pela via normal (penetração do pênis na vagina), foi porque satanás já se apossou da mente e da carne do casal, escravizando-as. Observe o que diz o livro de Romanos: “E como eles (homens e mulheres) não se importaram de ter conhecimento de Deus, Ele os entregou a um sentimento pervertido, para fazerem coisas inconvenientes. Estão cheios de toda iniqüidade, prostituição, malícia, avareza, maldade, inveja, homicídio, contenda, engano e malignidade. (...) Embora tenham conhecimento da justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também aprovam os que as praticam” (1:28, 29 e 32). A boca, além de ingerir alimentos materiais que dão sustentação ao nosso corpo, tem por função especial a de louvar a DEUS e a de falar da Sua Santa Palavra. E se a boca é o meio de ingestão de alimentos, o ânus de excreção de fezes. O marido que constrange a sua esposa para tal solicitação aberratória ou a esposa que insinua o marido para esse tipo de desejo sexual, um ao outro se deprava, e aos poucos vai colecionando maldição sobre a família e sobre o casamento. É imprescindível que o casal ore a DEUS antes de toda relação sexual, oferecendo-O os corpos para o Seu louvor e a Sua glória.

A prática do sexo oral e anal entre casais é completamente abominável a DEUS, constituindo numa aberração da natureza humana, e entrou no meio da igreja cristã quando ela decidiu aderir a tal da modernização, fugindo dos exageros que antes cometera. Esse tipo de adaptação à modernidade é maligna e trouxe sérios prejuízos à igreja de DEUS aqui na terra: não só distorceu o comportamento de casais quanto ao sexo, como também na forma dos cristãos cultuarem; no falar; no vestir, no cantar etc. Lembre-se, pois, da igreja de Sardes, cujo nome tem vida, mas está morta, porque suas obras não se encontram perfeitas diante de DEUS (Apocalipse 3). A igreja de antigamente, tirando os excessos (roupas, corte de cabelo etc), era bem menor em quantidade de fiéis, mas bem melhor em qualidade espiritual comparando-a com a igreja de hoje. Atualmente as igrejas cristãs se adaptaram a vários tipos de costumes mundanos (com a mera finalidade de agradar a diversos tipos de pessoas) que, se colocarmos juntas 100 pessoas (cristãs e mundanas), num mesmo ambiente, será difícil identificar as que são evangélicas.

Enfim, no dia em que essas igrejas voltarem a amar a CRISTO no primeiro Amor, muitos saltarão fora, porque servem a DEUS por comodidade dos seus costumes. Só prosseguirá na caminhada santa em busca da Canaã celestial quem realmente desejar ser santo, quem verdadeiramente se dispor a renunciar a si mesmo, inclusive a própria carne, tomar a sua cruz e a seguir o Filho de DEUS. Façamos, a partir de hoje, uma autoavaliação de como está o nosso testemunho cristão; e, se possível for, arrependemo-nos de todas as obras más. Não só na frente de homens, como quem só quisesse agradá-los, mas também entre quatro paredes, onde os olhos do homem natural não enxergam, mas o DEUS onipresente a tudo observa, “para que andeis de um modo digno de Deus, que vos chama para o seu reino e sua glória” (1 Tessalonicenses 2:12). Amém, Senhor JESUS!!!

Fernando César – Professor, palestrante, evangelista e escritor pernambucano. Autor dos livros “NÃO MUDE DE RELIGIÃO: MUDE DE VIDA” e “PÓDIO DA GRAÇA”.

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