SINAL DA CRUZ
Vejamos o que diz um site de uma paróquia sobre este assunto:
“O Sinal da Cruz é uma oração importante que deve ser rezada logo que
acordamos, como a nossa primeira oração, para que Deus, pelos méritos
da Cruz de Seu Divino Filho, nos proteja durante todo o dia. Com este
Sinal, que é o sinal do cristão, nós pedimos proteção contra os nossos
inimigos. (…) O Sinal da Cruz bem feito é riquíssimo em significado. Por
Ele expressamos três verdades ou dogmas fundamentais da nossa fé: o
Dogma da Santíssima Trindade, da Encarnação e da Morte de Jesus Cristo.
Quando se diz: “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, você está
proclamando o Mistério da Santíssima Trindade. Quando você leva à testa
a mão direita aberta, dizendo: “Em nome do Pai” e desce com a mão na
vertical e toca na altura do estômago continuando: “e do Filho”, você
está indicando o mistério da Encarnação: o Filho de Deus desceu ao seio
da virgem Maria. Depois, levando a mão direita para o ombro esquerdo
completando a cruz tocando o ombro direito, está se indicando a morte de
Jesus na Cruz.” (Site paróquia São Pedro e São Paulo).
Em primeiro lugar, para responder por que os evangélicos não têm o
costume de fazer o sinal da cruz, é importante analisarmos que não
existe qualquer ordem bíblica para que façamos o sinal da cruz para que
tenhamos proteção em nosso dia a dia e nem para que simbolizemos a obra
de Cristo na cruz através desse pequeno ritual.
Originalmente,
uma pequena cruz era “desenhada” com o polegar ou dedo na própria testa.
Apesar
da dificuldade em se determinar exatamente quando foi feita a transição entre
desenhar uma pequena cruz na testa à prática moderna de desenhar uma grande
cruz desde a testa até o tórax e ombro a ombro, sabemos que esta troca ocorreu
por volta do século XI d.C., quando o Livro de Orações do Rei Henry dá
instrução para “marcar com a santa cruz os quatro lados do corpo”.
Os católicos encontram apoio para o sinal da cruz principalmente em seus muitos
anos de tradição da igreja, e em segundo lugar, em Êxodo 17:9-14 e Apocalipse
7:3; 9:4; 14:1. Apesar das passagens falarem de um sinal na testa para proteção
do julgamento de Deus, elas devem ser interpretadas à luz de seu contexto. Com
base em seu contexto, não há razão para crer que qualquer um dos versos
prescreva o ritual do sinal da cruz.
No século XVI, uma das principais doutrinas da Reforma Protestante era a sola
scriptura, através da qual qualquer prática que não se alinhasse às Escrituras
seria descartada. Os reformadores ingleses acreditavam que o uso do sinal da
cruz deveria ser algo a ser decidido por cada pessoa, como estava escrito no
Livro de Orações do Rei Edward VI. “... ajoelhar-se, fazer o sinal da cruz, levantar
as mãos ou qualquer devoção do homem, seja observado sem culpa.” Os
protestantes geralmente viam o sinal como uma tradição que não tinha qualquer
fundamento nas Escrituras, ou mesmo como algo ligado à idolatria, sendo por
isto abandonado pela maioria.
S. Hipólito de Roma († 235), descrevendo as práticas dos cristãos do
século III, escreveu: “Marcai com respeito as vossas cabeças com o sinal
da Cruz. Este sinal da Paixão opõe-se ao diabo e protege contra o
diabo, se é feito com fé, não por ostentação, mas em virtude da
convicção de que é um escudo protetor. É um sinal como outrora foi o
Cordeiro verdadeiro; ao fazer o sinal da Cruz na fronte e sobre os
olhos, rechaçamos aquele que nos espreita para nos condenar” (Tradição
dos Apóstolos 42)*.
Mas veja o que o próprio Senhor Jesus falou:
"E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome (não na cruz, grifo meu) expulsarão os demonios; falarão novas línguas; Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão. Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus."
(Mc 16:17-19)
E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas;
Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porãoas mãos sobre os enfermos, e os curarão.
Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus.
Marcos 16:17-19
Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porãoas mãos sobre os enfermos, e os curarão.
Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus.
Marcos 16:17-19
As tradições dos apóstolos não podem estar acima da palavra do próprio Senhor Jesus. Ora, se a Bíblia não nos instruir a que o façamos, o sinal da cruz tem seu
simbolismo bíblico. O formato do sinal é um lembrete da cruz de Cristo.
Historicamente, o sinal já foi visto como representativo da Trindade: Pai,
Filho e Espírito Santo. Através da fé no Senhor Jesus Cristo e Sua morte
substitutiva na cruz, a salvação é estendida como um presente a toda a
humanidade. A trindade é a doutrina da essencial e divina Natureza de Deus:
Deus existe em três pessoas distintas. Ambas as doutrinas são base tanto para
os católicos quanto para os protestantes e são certamente bem fundamentadas na
Bíblia. O sinal da cruz foi, em certas épocas, associado a poderes
sobrenaturais tais como expulsão do mal, demônios, etc. Este aspecto místico do
sinal da cruz é completamente falso e não pode, de forma alguma, ter
sustentação bíblica.
Fora o aspecto místico, fazer o sinal da cruz não é nem certo nem errado e pode
ser positivo, se servir para lembrar da cruz de Cristo ou da Trindade.
Infelizmente, este não é sempre o caso, e muitas pessoas simplesmente fazem os
movimentos do ritual e fazem o sinal da cruz sem saber por que o fazem. Uma
análise final do sinal da cruz é que ele não é, de forma alguma, exigido dos
cristãos, pois não é instruído pela Palavra de Deus.
Jesus não nos ordenou que
fizéssemos o sinal da cruz, antes, nos deu um modelo de oração que
inclui em seu corpo o pedido da proteção do Pai.
Conforme vimos no relato acima, no site da Paróquia, o sinal da cruz
na realidade é um pequeno ritual embasado na tradição e não em relatos
bíblicos sólidos. Isso não significa que quem o faz esteja errado.
Porém, podemos observar na prática que um grande número de pessoas faz
esse sinal com objetivos místicos, como se o sinal em si tivesse algum
poder de livrar a pessoa de algum mal. Não é incomum também vermos
pessoas fazendo o sinal da cruz quando passam próximo de cemitérios e de
Igrejas sem qualquer propósito claro e de acordo com a Palavra de Deus.
Esse tipo de enfoque é incorreto.
Como não existe ordenança bíblica para o uso do sinal da cruz, os
evangélicos decidiram não adotá-lo como prática, entendendo que o fato
de não adotá-lo seria muito mais positivo à fé do que fazer uso dele.
Eu entendo que os simbolismos devem ser usados com cautela, pois o
ser humano tem a grande capacidade de elevar os simbolismos acima
daquilo que eles simbolizam, adotando certo misticismo pecaminoso no uso
deles. Foi o caso da serpente levantada no deserto na época de Moisés
(Nm 21.8), que tinha um objetivo claro determinado por Deus, mas que
virou um deus para os israelitas e até ganhou um nome (2 Rs 18.4).
Assim, todo cuidado é pouco com relação a simbolismos, mesmo aqueles que parecem ser aceitáveis.
Editado por: Rosemberg Borges
Ref: http://www.esbocandoideias.com
http://www.gotquestions.org
Biblia de Estudo Pentecostal
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