Livros
Apócrifos
Cânon
"Toda
a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir,
para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja
perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra" (II Timóteo 3:16
Desde
que o homem iniciou o processo de escrita daquilo que por Deus era ordenado,
houve a necessidade de se distinguir entre o que era escrito por inspiração
divina e o que era escrito meramente por vontade humana. O Espírito de Deus
agia de modo a que a pessoa que estava escrevendo tivesse clara noção de que o
que ela escrevia era texto autoritativo, ou seja, que estava falando em nome de
Deus, logo o que era escrito, era Palavra de Deus. Da mesma forma aqueles que
estavam com esta pessoa, também tinham esta noção, proveniente da mesma origem:
O Espírito Santo de Deus.
Ao
conjunto dos livros que foram reconhecidos como tendo sido escritos desta
forma, damos o nome de cânon bíblico. A palavra cânon é proveniente da palavra
grega kanwn, que significa cana, junco, bastão ou
vareta. Desta forma significando algo que deve estar reto ou ser mantido reto,
e assim algo que mede ou que pode ser medido. O termo veio a ser aplicado às
Escrituras, para denotar que elas continham a regra autoritativa de fé e
prática, o padrão de doutrina e dever2.
Parece ter sido Atanásio (séc. IV) o primeiro a tratar a palavra com este
sentido. São, portanto chamados de canônicos os livros que foram inspirados por
Deus, os quais compõem as Escrituras Sagradas.
Apócrifo
A
palavra "apócrifo" tem origem na palavra grega apokrufov
que significa, segundo o léxico de Liddell e Scott, algo "escondido",
"secreto", "obscuro", "de difícil compreensão", e
é aplicada a textos que têm sua autenticidade incerta ou a escritos cuja autoria
é desconhecida ou questionada.
Tanto
na teologia judaica quando na cristã, o termo "apócrifo" se refere a
qualquer porção de texto pretensamente escriturística, mas que não
correspondendo à regra estabelecida para a determinação de um livro como canônico,
ficou fora do cânon oficial, sendo considerada, portanto, como um texto cujo
conteúdo é espúrio ou falseado, não devendo ser levado em consideração na
formação de quaisquer ensinos doutrinários, ou no estabelecimento de quaisquer
práticas eclesiásticas.
Uso atual dos
apócrifos
Mesmo
havendo, em geral, um consenso sobre este assunto entre o povo de Deus, desde
tempos remotos, a sociedade em geral não tem este conceito plenamente
solidificado, ou claramente compreendido, como conseqüência disto sempre houve
escritos seculares que tentam tratar os livros apócrifos como tendo o mesmo
grau de autoridade que um texto canônico, ou como tendo ainda maior autoridade,
ocorrência esta que tem crescido em quantidade e em vigor nos últimos tempos,
como acontece, por exemplo, com o livro (e filme) intitulado "O Código
DaVinci" de Dan Brown, o qual baseia muito de sua argumentação em textos
apócrifos.
E
pior, criou-se, por força do grande misticismo pós-moderno, uma
"corrida" aos apócrifos (inclusive por alguns estudiosos cristãos).
São pessoas que equivocadamente supõem haver nos livros apócrifos alguma nova
"revelação" ou "informação pertinente". Contudo, esta busca
é algo extremamente perigoso, uma vez que confiar em informações prestadas por
um livro que desde os primórdios do cristianismo foi considerado como sendo
falso e espúrio é, para dizer pouco, um ato de grande insensatez. Quem confia
no que diz uma testemunha que, sabidamente, ao longo do tempo tem mentido e
enganado? Ela pode em algum momento até dizer uma verdade, mas como saber? Como
se ter certeza? Lembremo-nos da fábula do menino e do lobo! Em verdade, não é
possível ter-se confiança naquilo que diz um livro apócrifo. Sua leitura
pode, até certo ponto (DIANTE DE EXTREMA CAUTELA),
ser ilustrativa em alguns aspectos, mas, nunca deve ser tomada como tendo
autoridade, ou verdade reservada, ou revelação. Deve-se ter absoluto
cuidado para não se ter a fé abalada por quaisquer informações encontradas
nestes livros. Muitos deles foram escritos exatamente com este objetivo em
mente, qual seja, enfraquecer ou abalar a fé dos leitores na Santa Palavra de
Deus.

A questão da
Septuaginta
A
Septuaginta é uma tradução de alguns livros do hebraico para o grego. Foram
traduzidos todos os livros canônicos da Bíblia hebraica, entretanto, com
grandes diferenças em relação ao texto aceito por judeus e cristãos como
canônico. Também estão traduzidos vários outros livros espúrios, ou apócrifos.
A tradução da Septuaginta está envolta em lendas, entre as quais a mais famosa
é a de que foi escrita por 72 sábios eruditos judeus (?), sendo 6 de cada tribo
de Israel (?). Segundo a lenda ela teria sido escrita para compor o rol de
livros da biblioteca de Alexandria, um populoso centro urbano, que à época
(segundo ou terceiro século antes de Cristo, segundo esta mesma lenda), já era
o centro mundial da intelectualidade helenística e pagã.
A esta
tradução, que supostamente foi terminada ainda durante o reinado do macedônio
Ptolomeu II Philadelphus (de 281 a.C. a 246 a.C.) foi dado o título de LXX3,
em algarismos romanos (?), significando o número setenta.4
É importante notar que não há qualquer confirmação para esta lenda, a qual se
baseia em um único documento chamado "Carta de Aristeas", documento
este que está crivado de dados claramente fictícios e mitológicos, o que faz
com que este escrito também conste da lista de livros apócrifos do Antigo
Testamento.
Não há
qualquer registro de um documento bíblico em grego, como tendo sido escrito em
250 a.C. Bem como, não há qualquer registro na história judaica de que tal
esforço de tantos eruditos hebreus, que tivessem à época também conhecimento
pleno do grego, e que tivessem se deslocado para Alexandria de modo a realizar
tão grande tarefa. Algo assim teria sido, com certeza, digno de nota. Lembrando
também que as dez tribos do norte estavam (como hoje ainda estão) perdidas, sem
que se possa discernir sequer onde cada uma está, quanto mais selecionar-se 6
eruditos de cada uma delas, que conhecessem profundamente o hebraico e também o
grego!
Os
defensores desta lenda, quando pressionados a mostrar provas concretas de sua
veracidade, apontam para a Hexapla de Orígenes (do 3º século depois de Cristo),
contudo, deste trabalho pouco resta para se analisar, e entendendo-se a quinta
coluna desta obra como sendo o texto original da Septuaginta veríamos vários
livros apócrifos incluídos, livros estes que se tivessem sido traduzidos pelos
supostos 72 sábios hebreus, o teriam sido antes mesmo de serem escritos, pois a
data destes livros é claramente posterior à suposta tradução dos setenta.
Pode-se concluir que se a quinta coluna realmente segue os manuscritos da
Septuaginta, então ou ela foi uma tradução realizada pelo próprio Orígenes ou é
de qualquer forma um trabalho posterior à alegada data da tradução da LXX.
Eusébio
e Filo afirmaram que apenas o Pentateuco em grego existia à época de Jesus, e
não todo o Antigo Testamento. Na verdade, encontramos hoje somente o papiro de
Ryland # 458 contendo os capítulos de 23 a 28 de Deuteronômio. Mas, como este
papiro é datado de 150 a.C. podemos concluir que provavelmente havia razão para
que Eusébio e Filo afirmassem a existência do Pentateuco em grego à época de
Jesus. Entretanto, mesmo sendo este o caso, como parece ser, dificilmente tal
documento teria qualquer influência fora do seu habitat, ou seja, Alexandria e
outras localidades onde o grego era a língua dominante, e teria menos
influência ainda, ou melhor, não encontraria qualquer guarida, em Israel, junto
a fariseus e zelotes que lutavam com todas as forças para manter sua religião e
suas tradições intocadas. Este argumento é reforçado pelos achados de Qumram, a
partir dos quais se conclui que o hebraico era língua conhecida e corrente à
época do Senhor Jesus Cristo. Seja como for, as evidências de uma completa LXX
existente e em uso à época de Jesus Cristo, são poucas e não conclusivas.
O mais
provável é que uma tradução de todo o Antigo Testamento (ou uma revisão de um
texto já existente??) do hebraico para o grego tenha sido concluída
posteriormente (no decorrer do segundo século), usando inclusive como base o
texto de passagens do Novo Testamento em grego para completar e facilitar a
tradução dos versos do Antigo Testamento citados pelo Novo Testamento.
Nós
podemos ver este fato claramente ilustrado no caso de Romanos 3:10-18, onde:
Na
Septuaginta, os versos de Romanos 3:13-18 estão anexados ao final do verso 3 do
Salmo 14 (acrescentando ao seu conteúdo original), e em seqüência, verso a
verso, palavra por palavra, tal qual foram citados pelo apóstolo Paulo em
Romanos. Neste exemplo podemos perceber com clareza que não é o Novo Testamento
que cita a Septuaginta, mas sim, é a Septuaginta que cita o Novo Testamento,
até porque não há um só manuscrito em hebraico que traga uma leitura sequer
semelhante à da Septuaginta no Salmo 14:3, nem tampouco se encontra esta
leitura em traduções antigas da Palavra de Deus como a Peshitta (antiga
tradução para o siríaco).
Jerônimo,
após ter comparado os manuscritos da Septuaginta com manuscritos em hebraico,
afirma:
"Seria
tedioso agora enumerar, as muitas adições e omissões que a Septuaginta fez, e
todas as passagens que nas cópias das igrejas estão marcadas com cruzes e
asteriscos [N.T.: símbolos que indicavam palavras que apareciam no grego e não
no hebraico e vice-versa]. Os judeus geralmente riem quando ouvem nossa versão
desta passagem de Isaías: 'Bendito é aquele que tem sementes em Sião e servos
em Jerusalém [Isaías 31:9].' Em Amós também ... Mas como nós devemos
lidar com os originais em Hebraico nos quais estas passagens e outras como
estas estão omitidas, passagens tão numerosas que reproduzi-las irá requerer
livros sem conta?" - [Carta LVII de Jerônimo].
Diante
de todos os fatos, é possível afirmar, com boa dose de certeza, que a
Septuaginta é um texto posterior (com exceção feita ao Pentateuco), e é, em
geral, não confiável, e que assim o foi desde o princípio. Não devendo,
portanto, em momento algum, ser tomada como autoridade escriturística.
Livros
Deuterocanônicos
O
termo deuterocanônico foi primeiramente usado por Sixto de Siena em 1566, para
descrever textos do Antigo Testamento, antes considerados apócrifos, mas que a
igreja católica romana havia canonizado durante o Concílio de Trento (que
ocorreu entre 13/dez/1545 e 04/dez/1563), colocando-os em uma segunda lista de
canonização. Este fato lhes dá o nome: deuterocanônicos (segundo cânon). Estas
porções de texto foram incluídas juntamente com os textos sagrados, sendo que a
igreja católica romana não faz qualquer distinção entre os textos apócrifos
(agora deuterocanônicos) e os textos verdadeiramente canônicos. Os escritos que
se enquadram neste cânon secundário são: Tobias, Judite, Sabedoria,
Eclesiástico, Baruque, I e II Macabeus, e partes de Daniel e de Ester.
Há que se destacar que os textos deuterocanônicos não são aceitos como
canônicos nem pelos judeus, nem pelos protestantes.
Livros
"Anagignoskomena"
A
Septuaginta (tratada acima), cujo exemplar mais antigo data do século IV d.C.
contém vários livros que não estão presentes na Bíblia hebraica. Estes livros
apesar de serem apócrifos na correta acepção da palavra, são chamados de
"anagignoskomena" por serem livros "reconhecidos" ou
"publicados" (neste caso pela Septuaginta), mesmo que isto seja um
contraditório com o fato de serem apócrifos, ou seja, de serem livros não
reconhecidos pelo povo de Deus sob a ação do Espírito Santo.
Livros
Pseudo-epígrafes (ou pseudepígrafes)
Tecnicamente
um livro pseudo-epígrafe é um texto em estilo bíblico que se atribui um autor
que não o escreveu. Há um outro uso para a palavra (apesar de não ser
completamente preciso), onde se atribui o título de pseudo-epígrafe a livros
apócrifos que não fazem parte de nenhuma impressão da Bíblia, opondo-se deste
modo aos apócrifos que foram considerados como deuterocanônicos ou
"anagignoskomena".
Apócrifos do
Antigo Testamento
Livros
Deuterocanônicos:
·
Tobias - Livro que conta a estória de um Judeu reto da
tribo de Naftali chamado Tobias enquanto vivia em Nínive, após a deportação das
tribos do norte pela Assíria em 721 a.C.
·
Judite - Livro que conta a estória de uma mulher corajosa e
bela em sua maturidade, vestida para festa com todas as suas maravilhosas
jóias, acompanhada por uma fiel criada, que obtém sucesso em decapitar o
general invasor Holofemes.
· Sabedoria - Livro sapiencial, cujo autor clama ser Salomão.
Muitos estudiosos atribuem sua autoria a algum judeu alexandrino, pois suas
idéias são claramente gregas, mais especificamente, se enquadram no pensamento
helenístico alexandrino.
·
Eclesiástico - Sua autoria é atribuída a alguém chamado Jesus,
filho de Sirach. As suposições para a sua data de escrita variam enormemente
indo de 247 a.C. a 132 a.C. O livro é formado por reflexões pessoais do autor,
e teria sido transcrito por seu neto.
·
Baruque - Livro é atribuído a Baruque, o escrivão de
Jeremias, e foi pretensamente escrito na Babilônia. Traz confissões de pecados,
clamor por misericórdia, uma exaltação à sabedoria, uma mensagem aos cativos, e
uma carta pretensamente escrita por Jeremias, a qual o próprio Jerônimo,
teólogo católico romano, chamou de pseudo-epígrafe (texto escrito por um autor
que diz ser outra pessoa).
·
I Macabeus - Livro histórico que narra o período de
aproximadamente um século após a conquista da Judéia pelos gregos sob o comando
de Alexandre o Grande. Sem data ou autor definidos, nem no livro, nem em
escritos antigos de outros autores. Provavelmente foi escrito entre os últimos
anos do 2º século a.C. e antes de 63 a.C.
·
II Macabeus - Livro que narra a revolta dos judeus contra
Antíoco e conclui com a derrota do general sírio Nicanor em 161 a.C. por Judas
Macabeus. É uma sinopse composta por um autor desconhecido de um trabalho
maior, normalmente atribuído a Jason de Cirene, do qual muito pouco se sabe,
exceto pela inferência de que teria vivido em Israel, supõe-se que não tenha sido
escrito antes de 124 a.C.
·
Adições a
Daniel - Textos em grego, incluídos
junto aos textos originais em hebraico. São os versos 24-90 do capítulo 3
(oração dos jovens na fornalha), e os capítulos 13 (relato de Suzana) e 14 (a
farsa do dragão).
·
Adições a Ester - Textos em grego, incluídos junto aos textos
originais em hebraico. Há adições aos capítulos 1, 3, 4, 5, 8, 9 e 10.
Livros
Anagignoskomena:
·
Todos os livros
que depois foram considerados como deuterocanônicos também fazem parte dos
anagignoskomena. E além destes temos:
·
III Macabeus - O livro na verdade não tem nada a ver com os
Macabeus ou com sua revolta contra o imperialismo grego, como acontece com I e
II Macabeus. III Macabeus conta a estória da perseguição dos judeus sob o
reinado de Ptolomeu IV. Provavelmente o título do livro vem da similaridade de
sua estória com a estória narrada em II Macabeus. Mas, seu conteúdo é
claramente ficcional.
·
IV Macabeus - Este livro é na verdade uma homilia louvando a
supremacia religiosidade sobre as paixões, e para tanto faz uso de muitos
pensamentos de origem pagã. Também relata vários diálogos de mártires que
diferem substancialmente dos mesmos diálogos encontrados em II Macabeus.
·
I Esdras - Sua autoria é desconhecida, e a data de escrita somente
pode ser suposta em um período de tempo extremamente longo, algo como um
período entre 300 a.C. e 100 d.C. Este livro em sua maior parte segue um
paralelo da narrativa contida em Esdras, Neemias e no livro de II Crônicas,
sendo que algumas seções são traduções diretas destes livros. O nome de I
Esdras vem do fato de que o livro canônico de Esdras é conhecido na igreja
ortodoxa grega como a primeira metade de II Esdras (a segunda metade é
Neemias). Contudo, na igreja ortodoxa russa o livro de II Esdras se refere ao I
Esdras da Septuaginta. Já no catolicismo romano o livro de Neemias é às vezes
chamado de II Esdras. Como pode ser visto, a confusão é grande quanto à
nomenclatura deste livro e dos livros canônicos, quando se tenta incluí-lo
entre eles.
·
Odes - Sua autoria e data de escrita são desconhecidos. É
um livro que está na Septuaginta logo após o Salmo 151. Como o nome indica é um
livro de canções que em grande parte repete canções encontradas em outros
livros da Bíblia, como as canções de Moisés (Êxodo 15:1-19, Deuteronômio 32:1-43), a oração de Ana,
mãe de Samuel (I Samuel 2:1-10), inclui também orações e canções
encontradas em outros livros apócrifos, como a oração dos três jovens
(complemento deuterocanônico de Daniel). Mas, o mais interessante é o livro
incluir orações que são encontradas no Novo Testamento, como o Magnificat de
Maria (Lucas 1:46-55) e o cântico de Zacarias (Lucas 1:68-79). Algo realmente
fantástico para um livro do Antigo Testamento (Já que alguns defendem que a
Septuaginta foi inteiramente traduzida e reconhecida antes de Cristo).
·
Oração de
Manassés - É um curto escrito de 15
versos que relata uma oração de penitência do rei Manassés de Judá enquanto
esteve preso pelos assírios. O rei Manassés é registrado pela Bíblia como sendo
um dos reis mais idólatras de Judá em todos os tempos (II Reis 21:1-18), mas
quando foi tomado cativo pelos assírios, se arrepende e clama misericórdia a
Deus (II Crônicas 33:10-17). Este livro pretende reproduzir a
oração de Manassés a Deus neste momento.
·
Salmo 151 - Este é um salmo curto, atribuído ao rei Davi,
somente encontrado na Septuaginta. Apesar de recentemente terem sido encontrados
dois manuscritos, nas cavernas de Qumram, que dão base hebraica para este
salmo, ele continua sendo considerado como apócrifo, exceto pela igreja
ortodoxa grega que o tem como canônico.
Livros
Pseudo-epígrafes (ou pseudepígrafes)
Apócrifos do
Novo Testamento
Praticamente
todos os textos apócrifos do Novo Testamento são pseudo-epígrafes, ou seja, são
textos que clamam ter sido escritos por alguém que não os escreveu. Dividem-se
em várias categorias, como evangelhos da infância, evangelhos judeu-cristãos,
evangelhos rivais aos canônicos, visões, cartas, textos gnósticos, etc.
Evangelhos
da Infância
A
falta de informação sobre a infância de Jesus nos evangelhos canônicos levou os
primeiros Cristãos a uma fome por mais detalhes sobre a juventude de Jesus.
Esta fome fez com que no 2º século e depois, alguns escrevessem contando lendas
sobre este período da vida do Senhor, nenhum deles canônico, mas certamente
populares em seu tempo e depois, sendo que ainda hoje vemos reflexos de seu
conteúdo na religiosidade popular.
·
Evangelho dos
Hebreus - Este evangelho, composto
em hebraico, está perdido exceto por algumas citações de Epifânio, um escriba
da igreja que viveu no final do 4º século d.C. Este evangelho era também
conhecido por Jerônimo, que afirma em um de seus escritos que o estava
traduzindo para o grego. Sua data e autoria são desconhecidas, apesar de alguns
o atribuírem ao próprio Mateus.
Em geral, segue o conteúdo do Evangelho canônico de Mateus, mas com algumas
divergências importantes. Um dos pontos de maior distinção é que ele referencia
o Espírito Santo como sendo a mãe de Jesus, coloca Tiago, o Justo, como cabeça
da igreja de Jerusalém, e se concentra em exortar para uma estrita obediência à
lei judaica. Também altera a oração do Senhor, substituindo o "pão nosso
de cada dia", por "pão para amanhã".
Epifânio, em seu trabalho afirma:
Eles dizem que Cristo não foi o primogênito de Deus o
Pai, mas criado como um dos arcanjos... que ele domina sobre os anjos e sobre
todas as criaturas do Todo-Poderoso, e que ele veio e declarou em seu
Evangelho, o qual é chamado Evangelho segundo Mateus, ou Evangelho segundo
Mateus aos Hebreus, dizendo: "Eu vim para fazer com que cessem os
sacrifícios, e se vós não cessardes com os sacrifícios, a ira de Deus sobre vós
não cessará".
·
Evangelho dos
Nazarenos - Aparentemente deriva do
Evangelho dos Hebreus, com poucas diferenças. Quanto à data e local de escrita
há muita controvérsia, mas como Clemente usou o livro no final do 2º século,
ele é certamente mais antigo que isto. O local de escrita mais cotado é
Alexandria no Egito.
·
Evangelho do
Ebionitas - Este evangelho tem
grande afinidade com o Evangelho dos Hebreus e com o dos Nazarenos. Como os
outros dois ele também somente sobrevive em pequenos fragmentos encontrados em
citações de autores dos primeiros séculos. Epifânio ressalta algumas diferenças
entre o Evangelho dos Ebionitas e o Evangelho dos Nazarenos. Segundo ele os
Nazarenos eram considerados como parte da cristandade ortodoxa, enquanto o
Ebionitas eram considerados hereges, especialmente por rejeitarem o nascimento
virginal de Jesus. Neste evangelho Jesus aparece como sendo vegetariano, e
somente no batismo recebe sua "parte divina".
Evangelhos
rivais dos Evangelhos canônicos
Muitas
versões alternativas, grandemente editadas, de evangelhos existiram durante os
primórdios do Cristianismo. Estas alterações normalmente serviam para dar
suporte a alguma visão religiosa particular, em geral, considerada herética
pela igreja primitiva.
- Evangelho de Tomé - Não deve ser confundido com o Evangelho de
Tomé da Infância. Este é um evangelho gnóstico que foi encontrado em 1945
nas cavernas de Nag Hammadi, em um manuscrito copta. Diferentemente dos
evangelhos canônicos, este não traz uma narrativa conectada aos dizeres
atribuídos a Jesus. É apenas uma coleção de dizeres e parábolas que teriam
sido proferidos por Jesus, alguns diálogos com o Senhor, e dizeres que
alguns dos discípulos teriam reportado a Tomé, chamado Dídimo. A obra
consiste de 114 dizeres atribuídos a Jesus, alguns dos quais lembram as
falas do Senhor nos evangelhos canônicos. No 4º século, Cirilo de
Jerusalém mencionou o Evangelho de Tomé, nos seguintes termos: "Não permita que ninguém leia o evangelho segundo
Tomé, porque esta obra, não é de um dos doze apóstolos, mas de um dos três
perniciosos discípulos de Mani". Contudo, os textos em Nag
Hammadi são certamente mais antigos que a época de Mani. Os críticos
tendem a datar este Evangelho no final do primeiro século.
Em um de seus ditos (v.70) encontramos Jesus dizendo que a salvação está
no interior do ser humano: "Se colocardes para
fora o que está em vosso interior, o que tendes vos salvará. Se não o
colocardes para fora, o que tendes em vosso interior vos matará".
No v.3, temos: "O Reino de Deus está dentro de
vós".
Escritos como este evangelho são certamente a razão para a igreja ter
buscado estabelecer de forma oficial o cânon do Novo Testamento.
Estabelecendo a crença na morte e na ressurreição do Senhor como o coração
da mensagem proclamada pela Igreja desde o seu início no livro de Atos dos
Apóstolos.
- Evangelho de Felipe - É um evangelho gnóstico datado do 2º ou 3º
século, de autor desconhecido. Similarmente ao evangelho gnóstico de Tomé
este também é um evangelho de dizeres, ou falas atribuídas ao Senhor,
algumas das quais lembram as palavras do Senhor encontradas nos evangelhos
canônicos. Entre seus ditos encontramos: "Aquele
que tem o conhecimento da verdade é um homem livre, mas o homem livre não
peca, porque 'Aquele que peca é escravo do pecado'. A verdade é a mãe, o
conhecimento o pai". E ainda: "Jesus
veio para crucificar o mundo".
Evangelhos
Morais
Alguns
textos tomaram a forma de discursos sobre a moralidade, e em particular sobre a
abstinência sexual, normalmente apresentando um debate entre Jesus e um de seus
discípulos, estes são os evangelhos morais.
·
Evangelho dos
Egípcios (em Grego) - Não deve ser
confundido com o Evangelho dos Egípcios em Copta, que é uma obra completamente
diferente. Este evangelho foi escrito provavelmente na primeira metade do 2º
século em Alexandria. Ele foi citado por Clemente de Alexandria. Este evangelho
toma a forma de uma conversa entre a discípula de Jesus, Salomé (Marcos 15:40) e Jesus, que advoga a causa do celibato,
como comenta Cameron: "cada fragmento endossa o
ascetismo sexual como meio de quebrar o ciclo letal do nascimento e de superar
as diferenças pecaminosas entre o homem e a mulher, permitindo a todas as
pessoas retornar ao que foi entendido como seu estado primordial de
androgenia" (Cameron 1982).
·
Evangelho de
Tomé, o contendor - Ou livro de Tomé
o contendor, não deve ser confundido com o Evangelho de Tomé. O evangelho se
inicia assim: "As palavras secretas que o salvador
disse a Tomé, as quais eu, eu mesmo, Matias, escrevi, enquanto andava
ouvindo-os falar um com o outro". Este escrito foi achado na
biblioteca de Nag Hammadi, no deserto egípcio. Alguns consideram que este livro
pode ser o Evangelho de Matias, livro este que estava perdido. Nele Jesus trata
Tomé como seu próprio irmão gêmeo, e lhe expõe o tema da moralidade, e particularmente
da sexualidade. Jesus segue então mostrando como o celibato oferece a rota para
a salvação, e como a paixão sexual é um fogo que causa ilusão, e aprisionamento
em um estado de luxúria.
Evangelhos
da Paixão
São
evangelhos que tratam especificamente da questão da morte e da ressurreição de
Jesus.
·
Evangelho de
Pedro - O evangelho de Pedro é uma
narrativa da paixão, que foi bem conhecida no início da história Cristã, mas
que desapareceu com o tempo. Hoje é conhecida apenas de ouvir falar, especialmente
pela carta de Serapião, bispo de Antioquia de 190 a 203 d.C., referenciada por
Eusébio, que afirma o seguinte: "muito dele se
enquadra nos corretos ensinos sobre o Salvador, mas algumas partes podem
encorajar seus ouvintes a cair na heresia do docetismo".
·
Atos de
Pilatos - Se inclui como um apêndice
ao texto medieval em latim chamado Evangelho de Nicodemos. O texto é
provavelmente da metade do 4º século, sendo de autoria desconhecida. A primeira
parte do livro relata o julgamento de Jesus, com base em Lucas 23 e a segunda
trata da ressurreição. Nele, Lúcio e Carino, duas almas ressuscitadas após a
crucificação, relatam ao Sinédrio os acontecimentos da descida de Cristo ao
Limbo. O episódio do Angustiante Inferno descreve Dimas (nome dado por este
manuscrito ao malfeitor crucificado com Jesus e que recebeu Dele o perdão)
acompanhando Cristo no Inferno, e a libertação dos patriarcas do Antigo
Testamento que eram justos.
·
Evangelho de
Bartolomeu - As primeiras
referências a este texto foram feitas por Jerônimo e recentemente foram
descobertos alguns fragmentos de manuscritos em copta contendo o texto. Este
texto contém as visões de Bartolomeu, e os atos de Tomé, mas é
predominantemente um texto sobre a paixão e a eucaristia. O texto começa com a
crucificação de Jesus, e então passa à ida de Jesus ao inferno, onde encontra
com Judas e prega para ele. Jesus resgata todos os que estão no inferno, exceto
Judas, Caim e Herodes o Grande. Bartolomeu está presente à cena, e é depois
levado ao mais alto nível do céu, de modo a poder ver a liturgia (católica)
indo celebrar a ressurreição.
·
Questões de
Bartolomeu - Não deve ser confundido
com o Evangelho de Bartolomeu. O texto sobrevive em cópias em grego, latim e
eslovaco antigo, mesmo que cada cópia varie grandemente da outra. O texto
apresenta Jesus respondendo aos seus discípulos algumas perguntas formuladas
por Bartolomeu. O texto se atém fortemente ao misticismo judaico (tal qual o
Livro de Enoque), buscando dar explicações para os aspectos sobrenaturais do
Cristianismo. O livro mostra como Jesus desceu ao inferno, por suas próprias
palavras, trata da imaculada concepção de Maria, e finalmente, Bartolomeu pede
para ver Satanás, e então um coro de anjos arrasta Satanás acorrentado do
inferno, mas vê-lo faz com que os apóstolos morram. Jesus então imediatamente
os ressuscita e dá a Bartolomeu o controle sobre Satanás. O texto também afirma
que a queda do homem foi causada por Eva ter tido relações sexuais com Satanás.
Atos
dos Apóstolos de Leucius
São
textos que tratam da vida dos apóstolos após a ressurreição de Jesus. Todos
atribuídos a Leucius Charinus supostamente um discípulo de João o apóstolo, e
que se uniu a este em oposição aos Ebionitas.
·
Atos de João - É uma coleção de narrativas e tradições do 2º
século d.C. inspirada no evangelho canônico de João. Alguns atribuem sua
autoria a Prócoro, um dos diáconos selecionados em Atos 6. Este livro apresenta
duas viagens de João a Éfeso, cheias de eventos dramáticos, milagres como o
colapso do templo de Ártemis, assim como também apresenta João pregando no
teatro para convencer os seguidores de Ártemis. Contém também o episódio da
última ceia com a "dança de roda da cruz" que teria sido instituída
por Jesus, dizendo: "Antes de eu ser entregue a
eles, cantemos um hino ao Pai e assim sigamos a ver o que mente diante de
nós", direcionou para que fosse formado um círculo ao redor dele,
dando-se as mãos e dançando. Os apóstolos gritaram "Amém" ao hino de
Jesus.
·
Atos de Paulo - É um dos maiores textos apócrifos do Novo
Testamento. Foi escrito no final do 2º século d.C. O texto era composto de:
o
Atos de Paulo
e Thecla - Neste texto Paulo está
viajando a Icônio, proclamando "a palavra de Deus sobre a abstinência, a
virgindade e a ressurreição". Thecla, é uma virgem jovem e nobre, que ouve
os discursos de Paulo sobre a virgindade de sua janela na casa ao lado. Seu
noivo então leva Paulo ao governador que o prende. Thecla vai à prisão para
ouvir Paulo, e é então condenada por estar dando ouvidos à questão da
virgindade à morte na fogueira, mas nada lhe acontece pois Deus manda um chuva
e terremotos para apagar as chamas. A história segue nestes termos, até que
Thecla foge para uma caverna (estando ainda virgem) e mora lá por mais 72 anos.
Aos 90 anos um homem tenta corrompê-la, mas Thecla consegue escapar e vai a
Roma onde é enterrada com Paulo.
o
Epístola dos
Coríntios a Paulo - Este escrito
clama descrever os ensinos de Simão, o mago, incluindo a idéia de que Deus não
é Todo-Poderoso, que a ressurreição é falsa, que Cristo não foi Deus verdadeiramente
encarnado corporalmente (idéia docetista), que os anjos fizeram o mundo, e que
os profetas foram imprecisos.
o
Terceira
Epístola aos Coríntios - Este texto
foi posteriormente separado dos Atos de Paulo. O texto escrito por um
Pseudo-Paulo (provavelmente um presbítero cristão em 170 d.C.), é uma resposta
à Epístola dos Coríntios a Paulo, e é estruturado para tentar corrigir alguns
problemas de interpretação nas Epístolas de I e II aos Coríntios. (canônicas).
Em particular a epístola tenta corrigir a interpretação da frase: "a carne
e o sangue não podem herdar o reino de Deus" (I Co.15:50), pela qual
alguns diziam que a ressurreição não seria corporal.
o
O Martírio de
Paulo - Texto que retrata a morte de
Paulo nas mãos de Nero.
·
Atos de Pedro - Este texto da segunda metade do 2º século d.C.
relata o miraculoso embate entre Pedro e Simão o mago em Roma. Nele Pedro
executa milagres como a ressurreição de um peixe defumado, e fazer cachorros
falarem. O texto condena Simão, o mago, antiga figura ligada ao gnosticismo.
Algumas versões deste texto também fazem referência a uma mulher (ou mulheres)
que prefere a paralisia ao sexo. No Códice de Berlin, a mulher é apresentada
como a filha de Pedro. Conclui descrevendo o martírio de Pedro, crucificado de
cabeça para baixo.
·
Atos de André - É um texto do 3º século d.C. baseado em Atos de
João e de Pedro, descreve viagens de André e os milagres que fez durante estas
viagens e finalmente uma descrição da forma como supostamente morreu. Como nos
outros livros congêneres os milagres são extremamente sobrenaturais, e muito
exagerados. Por exemplo, além dos milagres usuais de levantar mortos, curar
cegos, e outros, ele sobrevive ao ser jogado aos animais selvagens, acalma
tempestades, e derrota exércitos apenas fazendo o sinal da cruz. André também
faz com que um embrião resultante de um relacionamento ilegítimo morra. Ao ser
crucificado, André ainda é capaz de pregar sermões por três dias.
·
Atos de Tomé - Este texto gnóstico do início do 3º século d.C. é
apresentado em uma série de episódios, que ocorrem durante a missão
evangelística de Tomé à Índia. Termina com seu martírio no qual ele morre
perfurado por lanças porque causou a ira do Rei Misdaeus pela conversão de suas
esposas e um parente.
Extratos
das vidas dos Apóstolos
·
Atos de Pedro
e André - Este texto não tem uma
datação definida, e consiste de uma série de contos curtos de milagres, como
quando André cavalga uma nuvem para ir de encontro a Pedro, e Pedro
literalmente faz passar um camelo através do buraco de uma agulha. O texto
parece ser uma tentativa de continuar os Atos de André e Matias (que faz parte
dos Atos de André).
·
Atos de Pedro
e os Doze - O texto datado do 2º
século, é constituído de uma alegoria inicial, semelhante à descrita no
Evangelho de Mateus, do negociante de pérolas (Mateus 13:44ss.) mas que aqui está vendendo uma pérola de
grande valor. O negociante é evitado pelos ricos, mas os pobres vão a ele em
grande quantidade, e descobrem que a pérola está guardada na cidade natal do
negociante, "Nove Portões", e aqueles que quiserem a pérola deverão
empreender a dura viagem até Nove Portões. O nome do negociante é Lithargoel,
que traduzido é pérola, ou seja, o próprio negociante é a pérola. Por fim, o
negociante se revela como sendo o próprio Jesus.
·
Atos de Pedro
e Paulo - Este é um texto tardio, do
4º século, que conta a lenda da viagem de Paulo da ilha de Guadomelete para
Roma, apresentando Pedro como sendo irmão de Paulo. Também descreve a morte de
Paulo por decapitação, uma antiga tradição da igreja.
·
Atos de
Felipe - Este livro é uma fantasia
datada do final do 4º século ou início do 5º século d.C. envolvendo milagres e
um suposto diálogo que fez Felipe conquistar muitos convertidos. Termina com a
crucificação de Felipe em uma cruz invertida.
Epístolas
Há uma
série de epístolas não canônicas, mas escritas no formato de epístolas
canônicas, muitas das quais (apesar de espúrias) foram bastante consideradas
pela igreja primitiva.
·
Epístola de
Barnabé - É um apócrifo encontrado
no Códice Sinaíticus do 4º século. Não deve ser confundido com o medieval
Evangelho de Barnabé. Esta é uma pseudo-epígrafe de autoria desconhecida,
provavelmente escrita no início do 2º século. O texto apesar de não ser
gnóstico em um sentido heterodoxo, clama a que sua audiência busque um perfeito
conhecimento (conhecimento especial). A obra é mais um tratado, ou homilia, que
uma epístola. Sua lógica não é das mais primorosas, e sua mensagem não traz
novidades. É interessante que a epístola cita o Evangelho de Mateus (canônico)
como Escritura, contudo, também cita provavelmente IV Esdras e certamente I
Enoque. Em certo ponto parece advogar que o povo Cristão é o único verdadeiro
povo da aliança, e que os judeus nunca haviam estado em uma aliança com Deus.
·
I Clemente - É uma carta de autoria incerta, endereçada como
sendo da "igreja de Deus que está em Roma para a
igreja de Deus que está em Corinto". Sua datação tradicional está
colocada em 96 d.C. A carta é motivada por uma disputa em Corinto, que excluiu
do serviço vários presbíteros, mas já que nenhum foi acusado de problemas
morais a carta advoga que foram afastados injustamente. A carta cita em
profusão o Antigo Testamento, algumas cartas de Paulo e algumas falas do Senhor
Jesus, e está incluída no Códice Alexandrinus do 5º século. Apesar de não
conter problemas doutrinários, e de ser lida em várias igrejas, jamais atingiu
os requisitos canônicos, especialmente por sua autoria desconhecida.
·
II Clemente - Esta homilia foi escrita em Roma em meados do 2º
século, sendo uma pseudo-epígrafe que tradicionalmente era atribuída a Clemente
de Roma. Suas citações aparentemente derivam do Evangelho dos Egípcios em
Grego.
·
Epistola dos
Coríntios a Paulo - Já tratada acima
como parte dos Atos de Paulo.
·
Epístola aos
Laodicenses - Curta epístola
encontrada apenas em algumas edições da Vulgata em latim, e em nenhum
manuscrito grego. Ela se faz passar pela epístola de Paulo à igreja de
Laodicéia mencionada em sua Epístola aos Colossenses (4:16), carta esta perdida, apesar de alguns suporem se
tratar da Epístola canônica aos Efésios. É quase que unanimemente considerada
uma pseudo-epígrafe, constituindo-se de um pastiche de frases tomadas de
epístolas genuínas do apóstolo Paulo.
·
Pseudo-Correspondência
entre Paulo e Sêneca, o jovem -
Consiste de uma série de oito cartas supostamente enviadas pelo filósofo
estóico Sêneca, e seis respostas supostamente enviadas pelo apóstolo Paulo. As
cartas foram compostas provavelmente na segunda metade do 4º século e tem
autoria desconhecida. Baseiam-se na tradição de que tanto Sêneca quanto Paulo
estiveram em um mesmo período na cidade de Roma.
·
III Coríntios - Já tratada acima como parte dos Atos de Paulo.
Apocalipses
·
Apocalipse de
Pedro - Não deve ser confundido com
o Apocalipse gnóstico de Pedro. Está datado na primeira metade do 2º século,
foi considerado canônico por Clemente de Alexandria, mas foi recusado pelo
restante da Igreja. Subsiste em apenas dois manuscritos, um em grego e outro e
etíope os quais divergem grandemente entre si. O texto tem um estilo literário
simples, mas muito apreciado pelos populares em Alexandria. Trata basicamente
de uma visão do Céu e do Inferno. Roberts-Donaldson afirma: "O Apocalipse de Pedro mostra impressionante parentesco
com a segunda epístola de Pedro... Também apresenta notáveis paralelos com os
Oráculos de Sibeline... É uma das fontes do escritor do Apocalipse de Paulo...
E direta ou indiretamente este texto pode ser considerado como o pai de todas
as visões medievais do outro mundo".
·
Apocalipse de
Paulo - Este texto também é
encontrado tendo a Virgem Maria no lugar de Paulo como a pessoa que recebe a
revelação. Este texto paralelo é conhecido como o Apocalipse da Virgem. Não
deve ser confundido com o Apocalipse gnóstico de Paulo. A narrativa aparenta
ser uma elaboração e um rearranjo do Apocalipse de Pedro, inicia-se com um
apelo de todas as criaturas contra os pecados da humanidade segue
essencialmente descrevendo uma visão do Céu e do Inferno. No final do texto
Paulo (ou Maria) consegue persuadir Deus a dar a todos no Inferno um dia de
descanso, fora do Inferno, a cada domingo.
·
Apocalipse de
Tomé - Aparentemente foi composto
originalmente em latim em data desconhecida, trata dos sinais do fim do mundo.
Parece ser uma curta interpretação do Apocalipse de João. Apresenta os fatos
que acontecerão em uma seqüência de seis dias de tormento antes da vinda de
Jesus, e no final do sétimo dia se fará paz e os anjos virão à Terra.
·
Apocalipse de
Estevão - Texto com autoria e
datação incertas, descreve um conflito sobre a natureza de Jesus de Nazaré.
Estevão aparece em cena e reconta o apocalipse como uma verdade literal. A
multidão se insurge contra Estevão e o leva perante Pilatos, a quem Estevão
ordena que se cale e que reconheça Jesus. O texto conta que Estevão sendo
perseguido por Saulo, foi crucificado, mas solto por anjos, depois foi levado
ao Sinédrio onde recontou uma suposta profecia de Natã sobre Jesus, e foi
julgado e condenado ao apedrejamento. Sendo levado pela multidão iniciou-se o
apedrejamento, quando Nicodemos e Gamaliel tentaram impedir o processo e também
foram mortos. Após sua morte, Estevão foi enterrado por Pilatos em um caixão de
prata. Pilatos então recebe as visões celestiais de Estevão e se converte.
·
I Apocalipse
de Tiago - É um texto gnóstico
encontrado em Nag Hammadi. A datação e autoria ainda são incertas, mas
provavelmente escrito depois do II Apocalipse de Tiago. O texto se apresenta
como um diálogo entre Tiago, o justo, irmão de Jesus, e o próprio Jesus. Se
inicia tratando do medo de Tiago de ser crucificado, e segue apresentando uma
série de senhas dadas por Jesus a Tiago de modo a que ele chegasse até o mais
alto dos céus (são 72) após morrer, sem ser bloqueado pelos poderes do mal do
demiurgo (segundo os gnósticos o ser que intermediou a criação).
·
II Apocalipse
de Tiago - Escrito provavelmente
durante o 2º século d.C. esteve perdido até ser reencontrado em Nag Hammadi. O
texto é claramente gnóstico, apresentando um beijo na boca que Jesus teria dado
em Tiago, metáfora para a passagem da gnose entre duas pessoas (deixa claro que
não se trata de um relacionamento homossexual). O texto termina com a horrível
morte de Tiago por apedrejamento, provavelmente refletindo uma antiga tradição
sobre sua morte.
Livros
dos Pais da Igreja
Enquanto
a maior parte dos livros tratados até aqui tenham sido considerados heréticos
(especialmente aqueles de tradição gnóstica), outros não foram considerados
como sendo particularmente heréticos em seu conteúdo, em muitos casos sendo bem
aceitos como obras com alguma significância espiritual. Eles, contudo, não
foram considerados canônicos, mas pertencem à categoria de escritos dos pais da
Igreja.
·
I Clemente - Já citada acima.
·
O Pastor de
Hermas - Ou simplesmente "O
Pastor". É uma obra Cristã do 2º século, considerada um livro valioso
por muitos Cristãos, tendo sido considerada como canônica por alguns pais da
igreja. Alguns atribuem sua autoria a Hermas (Rm.16:14). Mas, há grande
controvérsia a este respeito. Trata-se de uma alegoria Cristã consistindo de
cinco visões dadas a Hermas, um ex-escravo, seguidas de doze mandamentos, e dez
parábolas. Apesar da seriedade dos assuntos tratados, o livro foi escrito em um
tom otimista e esperançoso, como muitos dos escritos dos primeiros Cristãos.
Tem vários e sérios problemas, especialmente quanto à questão da Trindade, e à
noção de que a Igreja é uma instituição necessária à salvação.
·
Didaquê - Antes considerado como perdido, o Didaquê, ou
Ensino dos Apóstolos, foi redescoberto em 1883 no Códice Hierosolymitanus de
1053. O texto foi provavelmente escrito já no 1º século, mas tem autoria
incerta. O conteúdo pode ser dividido em quatro partes: Os dois caminhos, o
caminho da vida e o caminho da morte (1-6), rituais de batismo, jejum e
comunhão (7-10), o ministério e como lidar com os ministros itinerantes (11-15)
e um breve apocalipse (16). Há no texto, tal qual o recebemos, claros sinais de
que foi editado posteriormente para se adequar a certas questões
eclesiológicas, como o batismo por aspersão.
Evangelhos
Harmônicos
Alguns
textos buscaram prover uma harmonização dos evangelhos canônicos, tentando
apresentar, de alguma forma, um texto unificado. Entre estes textos o mais
conhecido é o Diatessaron:
·
Diatessaron -
Escrito por Taciano em 175 d.C. foi a mais proeminente harmonização dos quatro
evangelhos, ou seja, o material dos quatro evangelhos escritos de modo a formar
uma única narrativa. Somente 56 versos dos Evangelhos canônicos não tiveram uma
contrapartida no Diatessaron, sendo que a maior parte das exclusões se deve às
duas genealogias de Jesus em Mateus e Lucas, juntamente com o relato sobre a
mulher adúltera em João 7:53-8:11. Contudo, a seqüência da narrativa do
Diatessaron é substancialmente diferente da encontrada em qualquer dos
evangelhos.
Livros
Perdidos
Há
muitas obras e textos que são mencionados em algumas fontes antigas, mas que
nenhuma parte conhecida do texto sobreviveu.
·
Evangelho de
Matias
·
Evangelho dos
Quatro Impérios Celestiais
·
Evangelho da
Perfeição
·
Evangelho de
Eva - Uma citação deste evangelho é
dada por Epifânio. É possível que este seja o Evangelho da Perfeição que ele
trata em outra parte. A citação mostra que este evangelho era a expressão de um
completo panteísmo.
·
Evangelho dos
Doze
·
Evangelho de
Tadeu - Alguns entendem ser este um
sinônimo para o Livro de Judas.
·
Memória
Apostólica
·
Evangelho dos
Setenta
·
Lápide dos
Apóstolos
·
Livro dos
feitiços das serpentes
·
Porção dos
Apóstolos
Outros
Escritos
Há
muitos outros escritos de importância menor, muitos textos gnósticos, e ainda
orações, sermões, liturgias e penitências, que não foram citados neste
trabalho.
Livros apócrifos
mencionados na Bíblia, mas perdidos
Teriam os livros
bíblicos, chamados Apócrifos, informações secretas e fantásticas capazes de
modificar nossa visão dos Ensinamentos de Cristo para a humanidade?
Se não, então por que foram extirpados abruptamente da Bíblia? Reconhecemos que
sem uma Chave, nenhum livro sagrado pode nos dar as informações necessárias
para a autorrealização espiritual, mas seu conhecimento esclareceria inúmeros
pontos doutrinários da Sabedoria Crística.
Observe em seguida a lista, possivelmente completa, dos livros “perdidos” da
Bíblia.
Velho Testamento
1. Livro do Convênio (Êxodo 24:4, 7)
2. Livro das Guerras (Números 21:14)
3. Livro de Jasher (Josué 10:13) e (2 Samuel 1:18)
4. Livro dos Estatutos (1 Samuel 10:25)
5. Livro dos Atos de Salomão (1 Reis 11:41)
6. Livro de Natã (1 Crônicas 29:29) (2 Crônicas 9:29)
7. Livro de Gade (Mesmo do número 6)
8. Profecias de Aías (2 Crônicas 9:29; 2:15; 13:22)
9. Visões de Ido (Mesmo do número 8)
10. Livro de Semaías (2 Crônicas 12:15)
11. Livro de Jeú (2 Crônicas 20:34)
12. Atos de Uzias, Escrito por Isaías (2 Crônicas 26:22)
13. Livros dos Videntes (2 Crônicas 33:19)
14. Profecias de Enoque Jude 14
15. Comentários de Mateus de Nazaré (Mateus 2:23)
Escritos perdidos do Novo Testamento (ou seja, somente mencionados, mas
infelizmente totalmente perdidos)
16. Epístola Perdida de Paulo (1 Coríntios 5:9)
17. Segunda epístola perdida de Paulo (Efésios 3:3-4)
18. Terceira epistola perdida de Paulo (Colossenses 4:16)
19. Epístola perdida de Judas
Os livros da Bíblia Apócrifos (Escritos do Velho Testamento)
20. Tobit
21. Judite
22. Adição do livro de Ester
23. Sabedoria de Salomão
24. Eclesiásticos ou a Sabedoria de Jesus
25. Baruque
26. A Carta de Jeremias
27. Oração de Azarias
28. Canção dos Três Judeus (estes são os livros perdidos de Daniel)
29. Susana
30. Sino e o Dragão
31. I Macabeus
32. II Macabeus
33. III Macabeus
34. IV Macabeus
35. I Esdras
36. II Esdras
37. Oração de Manassés
38. Salmo 151
Novo Testamento
Escrito do Novo Testamento que foi eliminado, mas mencionado
39. Livro de Maria
Os seguintes textos perdidos são mencionados em História Eclesiástica, de 337
d.C., pelo bispo Eusébio de Cesaréia, o qual os suprimiu por considerá-los
“heresias”.
40. Atos de Paulo
41. Atos de André
42. Atos de João
43. O Proto-Evangelho
44. Infância I
45. Infância II
46. Cristo e Abgarus
47. Nicodemos
48. O Credo dos Apóstolos
49. Laodiceanos
50. Paulo e Sêneca
51. Paulo e Theca
52. Revelação de Pedro
53. Epístola de Barnabas
54. O Evangelho Perdido de Acordo com Pedro
55. Evangelho de Tomé
56. Evangelho de Matias
57. Clemente I
58. Clemente II
59. Efésios II
60. Magnésios
61. Tralianos
62. Romanos II
63. Filadelfos
64. Smaraneas
65. Policarpo
66. Filipenses (II)
66. Evangelho referido somente pela letra Q
Algumas destas podem ser referência nos escritos por Marcion, 150 d.C., e
Muratória, 170 d.C.
67. Sheppard de Hermas
68. Hermas I (Visões)
69. Hermas II (Mandamentos)
70. Hermas III
71. Cartas de Herodes e Pilatos (Ref. para o julgamento de Cristo)
Os
seguintes são uma lista de Escritos Apócrifos que não mais existem; no entanto,
eles são mencionados e referidos em outros, mais recentes, no século 4º d.C.
72. O
Evangelho de André
73. Outos
livros abaixo de André
74.
Evangelho de Afiles
75. O
Evangelho de Acordo com os Doze Apóstolos
76. O
Evangelho de Barnabé
77. Os
Escritos de Bartolomeu, o Apóstolo
78. O
Evangelho de Bartolomeu
79. O
Evangelho de Basilides
80. O
Evangelho de Cernithus
81. A
Revelação de Cernithus
82. Uma
Epístola de Jesus Cristo para Pedro e Paulo
83. Vários
outros livros abaixo do nome de Cristo
84. Uma
Epístola de Cristo (produzido por Maniqueu)
85. Um
Hino, ensinado por Cristo para seus Discípulos
86. O
Evangelho de Acordo com os Egípcios
87. Os Atos
dos Apóstolos II
88. O
Evangelho de Ebionitas
89. O
Evangelho de Encratites
90. O
Evangelho de Eva
91. O
Evangelho de Acordo com Hebreus (ou Hebreus II)
92. O Livro
de Helkesaites
93. O Falso
Evangelho de Hesíquius
94. O Livro
de Tiago
95. Os Atos
de João
96.
Evangelho de Jude
97.
Evangelho de Acordo com Judas Iscariotes (recentemente descoberto, causando
furor no meio teológico. Para saber mais sobre o Evangelho de Judas Iscariotes,
clique aqui.)
98. Atos do
Apóstolo Leucius
99. Atos do
Apóstolo Lentitus
100. Atos
do Apóstolo Leontius
101. Atos
dos Apóstolos Leuthon
102. Os
Falsos Evangelhos, publicado por Lucianus
103. Atos
dos Apóstolos (usado por Manichees)
104. O
Evangelho de acordo com ou de Marcion
105. Livros
abaixo de Mateus:
- O
Evangelho de Matias
- As
Tradições de Matias
- O Livro
de Matias
- O
Evangelho de Merinthus
106.
Evangelho de Acordo com os Nazarenos
107. Os
Atos de Pedro e Thecla
108. As
Pregações de Pedro e Paulo
109. As
Revelações de Paulo
110. O
Evangelho da Perfeição
111. Atos
Adicionais de Pedro
112. A
Doutrina de Pedro
113. O
Evangelho de Pedro (não confundir com o Evangelho de acordo com Pedro)
114. O
Julgamento de Pedro
115. As
Pregações de Pedro
116. As
Revelações de Pedro
117. Os
Atos de Filipe
118. O
Evangelho de Filipe
119. O
Evangelho de Scythianus
120. Os
Atos dos Apóstolos, por Seleucus
121. A
Revelação de Estêvão
122. O
Evangelho de Titan
123. O
Evangelho de Tadeu
124. Os
Atos e o Evangelho de Tomé
125. O
Evangelho da Verdade
126. Contra
a Heresia
Números 66
(abaixo) e 72 a 126 somente existem nas referências, eles nunca foram
encontrados, mas estão sendo ou foram conhecidos. Conhecidos porque muitos
cristãos antigos referiam-se a eles em suas cartas (não oficiais, como as
Epístolas) e outros tantos escritos religiosos. Alguns eruditos ainda debatem a
legalidade destes escritos:
Modernas
descobertas de textos considerados totalmente perdidos
Escrituras
Bíblicas
127. Livro
de Moisés
128. Livro
de Abraão (127 e 128, foram encontrados em tumbas egípcias em 1830)
129.
Profecia de José do Egito 2 Néfi 3
130.
Profecia de Zenoque 1 Néfi 19
131.
Profecia de Neum (mesmo # 130)
132.
Profecia de Zenos (mesmo # 130)
Bibliografia
A BÍBLIA SAGRADA, Versão Revista
e Corrigida Fiel ao Texto Original, Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil,
São Paulo, 1995.
ANSWERS.COM, Biblical Apocrypha,
Disponível em: [http://www.answers.com/topic/biblical-apocrypha], Acesso em: 13
out.2006.
BURGON, John William, Causes of the Corruption of the Traditional
Text of the Holy Gospels, Christian Classics Ethereal Library, Grand
Rapids, Ml, 2006.
CAMERON, Ron, The Other Gospels: Non-Canonical Gospel Texts, The Westminster Press, Philadelphia, PA, 1982.
CHARLES, R.H. The Book of Enoch, The Apocrypha and Pseudepigrapha of
the Old Testament [Vol. II Pseudepigrapha], The Clarendon Press, Oxford, 1913. pp. 163-277. Acesso pela
Internet: [http://www.altheim.com/lit/enoch.html], em 29 ago. 2006.
Comparative-Religion, Apocrypha: New Testament Apocrypha, the
missing books of the Bible, Disponível em:
[http://www.comparative-religion.com/christianity/apocrypha]. Acesso em:
29 ago. 2006.
COWLEY, R.W. The Biblical Canon Of The Ethiopian Orthodox Church
Today, Ostkirchliche Studien, 1974, Volume 23, pp. 318-323. Acesso
pela Internet: [http://www.islamic-awareness.org/Bible/Text/Canon/ethiopican.html],
em 20 nov. 2006.
DANIELS, David, What is the "Septuagint"?, Disponível
em: [http://www.scionofzion.com/septuagint1.htm]. Acesso em: 14 nov.2006.
DAVILA, James R., Josephus and the LXX, Divinity School of the University of St. Andrews, 1999.
Early Christian Writings, New Testament, Apocrypha, Gnostics, Church
Fathers. Disponível em: [http://www.earlychristianwritings.com/]. Acesso
em: 14 nov. 2006.
EASTON, Easton's Revised Bible
Dictionary, electronic version;
Encyclopædia Britannica, Eleventh Edition, 1911, (Public Domain),
Disponível em:
[http://en.wikisource.org/wiki/1911_Encyclop%C3%A6dia_Britannica]. Acesso
em: 13 out.2006.
GELÁSIO, Decreto Gelasiano,
trad. Carlos Martins Nabeto. Disponível em: [http://www.presbiteros.com.br/Patristica/DECRETO%20GELASIANO.htm].
Acesso em: 13 out. 2006.
HOUAISS, Antonio, Dicionário
Houaiss da Língua Portuguesa, versão eletrônica;
Islamic Awareness. Canon Of The Bible, Disponível em:
[http://www.islamic-awareness.org/Bible/Text/Canon]. Acesso em: 19 nov. 2006.
JONES, Floyd, The Septuagint, The Bible for Today, Collingswood, NJ, 1995.
JONES, Floyd, The Septuagint: A Critical Analysis, 6a Edição
Revisada e Aumentada, KingsWord Press, The Woodlands, Texas, 2000.
KINNEY, Will, No LXX,
Disponível em: [http://www.geocities.com/brandplucked/NoLXXOne.html] e
[http://www.geocities.com/brandplucked/NoLXXTwo.html] e
[http://www.geocities.com/brandplucked/NoLXXThree.html]. Acesso em: 13 out.
2006.
LIDDELL, Henry George; SCOTT, Robert, A Greek-English Lexicon,
electronic version;
METZGER Bruce M. The Canon Of The New Testament: Its Origin,
Significance & Development, Clarendon Press, Oxford, 1997.
Neutestamentliche Apokryphen,
Disponível em: [http://www-user.uni-bremen.de/~wie/nt-apokrypha.html]. Acesso
em: 29 ago. 2006.
New Advent, Catholic Encyclopedia: Canon of the Old Testament,
Disponível em: [http://www.newadvent.org/cathen/03267a.htm]. Acesso em: 14 nov.
2006.
New Advent, Catholic Encyclopedia: Septuagint Version, Disponível
em: [http://www.newadvent.org/cathen/13722a.htm]. Acesso em: 21 jan. 2003.
Pseudepigrapha, Pseudepigrapha,
Apocrypha and Sacred Writings, Disponível em:
[http://www.pseudepigrapha.com]. Acesso em: 29 ago. 2006.
SAINT TAKLA Haymanot Coptic Orthodox Church, Deuterocanon: Second
Canonical Books of Old Testament, Alexandria, Egipt, Disponível em:
[http://st-takla.org/pub_Deuterocanon/Deuterocanon-Apocrypha_El-Asfar_El-Kanoneya_El-Tanya__0-index.html].
Acesso em: 13 out. 2006.
SACRED TEXTS, The Apocrypha,
Disponível em [http://www.sacred-texts.com/bib/apo/index.htm]. Acesso em: 13
out. 2006.
SPARGIMINO, Larry, Mitos Sobre a
Septuaginta e Traduções Modernas, trad. W. Janzen, Disponível em:
[http://apologetic.waetech.com.br/Septuaginta.htm]. Acesso em: 13 out. 2006.
STRONG, James LL.D., S.T.D, Strong's Concordance of the Whole Bible,
Abingdon, Nasville, EUA, 1981.
The Digital Christian Library, The Holy Bible, Disponível em:
[http://www.thedcl.org/bible/index.html]. Acesso em: 13 out. 2006.
WIKIPEDIA, Lista de Livros Apócrifos,
Disponível em: [http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_livros_ap%C3%B3crifos].
Acesso em: 13 out. 2006.
1 Todos
os textos bíblicos citados neste estudo foram extraídos da tradução de João
Ferreira de Almeida - Corrigida e Revisada Fiel ao Texto Original (ACF),
editada pela Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, em 1995, exceto quando
houver sido especificado em contrário.
2 Definição
baseada na explicação encontrada no Easton Bible Dictionary
3 L
= 50, X = 10, X = 10, formado 70.
4 Algo
realmente surpreendente é não ter sido escolhido o título de LXXII, o que
seria, com certeza, mais apropriado à lenda.
Autor: Walter Andrade
Campelo
Editado por: Rosemberg Borges