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sábado, 19 de abril de 2014

PORQUE OS EVANGÉLICOS NÃO FAZEM O SINAL DA CRUZ?

SINAL DA CRUZ


            Vejamos o que diz um site de uma paróquia sobre este assunto:


          “O Sinal da Cruz é uma oração importante que deve ser rezada logo que acordamos, como a nossa primeira oração, para que Deus, pelos méritos da Cruz de Seu Divino Filho, nos proteja durante todo o dia. Com este Sinal, que é o sinal do cristão, nós pedimos proteção contra os nossos inimigos. (…) O Sinal da Cruz bem feito é riquíssimo em significado. Por Ele expressamos três verdades ou dogmas fundamentais da nossa fé: o Dogma da Santíssima Trindade, da Encarnação e da Morte de Jesus Cristo. Quando se diz: “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, você está proclamando o Mistério da Santíssima Trindade. Quando você leva à testa a mão direita aberta, dizendo: “Em nome do Pai” e desce com a mão na vertical e toca na altura do estômago continuando: “e do Filho”, você está indicando o mistério da Encarnação: o Filho de Deus desceu ao seio da virgem Maria. Depois, levando a mão direita para o ombro esquerdo completando a cruz tocando o ombro direito, está se indicando a morte de Jesus na Cruz.” (Site paróquia São Pedro e São Paulo).

        Em primeiro lugar, para responder por que os evangélicos não têm o costume de fazer o sinal da cruz, é importante analisarmos que não existe qualquer ordem bíblica para que façamos o sinal da cruz para que tenhamos proteção em nosso dia a dia e nem para que simbolizemos a obra de Cristo na cruz através desse pequeno ritual.
          Originalmente, uma pequena cruz era “desenhada” com o polegar ou dedo na própria testa. 


Apesar da dificuldade em se determinar exatamente quando foi feita a transição entre desenhar uma pequena cruz na testa à prática moderna de desenhar uma grande cruz desde a testa até o tórax e ombro a ombro, sabemos que esta troca ocorreu por volta do século XI d.C., quando o Livro de Orações do Rei Henry dá instrução para “marcar com a santa cruz os quatro lados do corpo”.
          Os católicos encontram apoio para o sinal da cruz principalmente em seus muitos anos de tradição da igreja, e em segundo lugar, em Êxodo 17:9-14 e Apocalipse 7:3; 9:4; 14:1. Apesar das passagens falarem de um sinal na testa para proteção do julgamento de Deus, elas devem ser interpretadas à luz de seu contexto. Com base em seu contexto, não há razão para crer que qualquer um dos versos prescreva o ritual do sinal da cruz.
           No século XVI, uma das principais doutrinas da Reforma Protestante era a sola scriptura, através da qual qualquer prática que não se alinhasse às Escrituras seria descartada. Os reformadores ingleses acreditavam que o uso do sinal da cruz deveria ser algo a ser decidido por cada pessoa, como estava escrito no Livro de Orações do Rei Edward VI. “... ajoelhar-se, fazer o sinal da cruz, levantar as mãos ou qualquer devoção do homem, seja observado sem culpa.” Os protestantes geralmente viam o sinal como uma tradição que não tinha qualquer fundamento nas Escrituras, ou mesmo como algo ligado à idolatria, sendo por isto abandonado pela maioria.


        S. Hipólito de Roma († 235), descrevendo as práticas dos cristãos do século III, escreveu: “Marcai com respeito as vossas cabeças com o sinal da Cruz. Este sinal da Paixão opõe-se ao diabo e protege contra o diabo, se é feito com fé, não por ostentação, mas em virtude da convicção de que é um escudo protetor. É um sinal como outrora foi o Cordeiro verdadeiro; ao fazer o sinal da  Cruz na fronte e sobre os olhos, rechaçamos aquele que nos espreita para nos condenar” (Tradição dos Apóstolos 42)*.

          Mas veja o que o próprio Senhor Jesus falou:

"E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome (não na cruz, grifo meu) expulsarão os demonios; falarão novas línguas; Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão. Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus."

(Mc 16:17-19) 
E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas;
Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porãoas mãos sobre os enfermos, e os curarão.
Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus.

Marcos 16:17-19

            As tradições dos apóstolos não podem estar acima da palavra do próprio Senhor Jesus. Ora, se a Bíblia não nos instruir a que o façamos, o sinal da cruz tem seu simbolismo bíblico. O formato do sinal é um lembrete da cruz de Cristo. Historicamente, o sinal já foi visto como representativo da Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. Através da fé no Senhor Jesus Cristo e Sua morte substitutiva na cruz, a salvação é estendida como um presente a toda a humanidade. A trindade é a doutrina da essencial e divina Natureza de Deus: Deus existe em três pessoas distintas. Ambas as doutrinas são base tanto para os católicos quanto para os protestantes e são certamente bem fundamentadas na Bíblia. O sinal da cruz foi, em certas épocas, associado a poderes sobrenaturais tais como expulsão do mal, demônios, etc. Este aspecto místico do sinal da cruz é completamente falso e não pode, de forma alguma, ter sustentação bíblica.


            Fora o aspecto místico, fazer o sinal da cruz não é nem certo nem errado e pode ser positivo, se servir para lembrar da cruz de Cristo ou da Trindade. Infelizmente, este não é sempre o caso, e muitas pessoas simplesmente fazem os movimentos do ritual e fazem o sinal da cruz sem saber por que o fazem. Uma análise final do sinal da cruz é que ele não é, de forma alguma, exigido dos cristãos, pois não é instruído pela Palavra de Deus.
            Jesus não nos ordenou que fizéssemos o sinal da cruz, antes, nos deu um modelo de oração que inclui em seu corpo o pedido da proteção do Pai.




          Conforme vimos no relato acima, no site da Paróquia, o sinal da cruz na realidade é um pequeno ritual embasado na tradição e não em relatos bíblicos sólidos. Isso não significa que quem o faz esteja errado. Porém, podemos observar na prática que um grande número de pessoas faz esse sinal com objetivos místicos, como se o sinal em si tivesse algum poder de livrar a pessoa de algum mal. Não é incomum também vermos pessoas fazendo o sinal da cruz quando passam próximo de cemitérios e de Igrejas sem qualquer propósito claro e de acordo com a Palavra de Deus. Esse tipo de enfoque é incorreto.



       Como não existe ordenança bíblica para o uso do sinal da cruz, os evangélicos decidiram não adotá-lo como prática, entendendo que o fato de não adotá-lo seria muito mais positivo à fé do que fazer uso dele.
            Eu entendo que os simbolismos devem ser usados com cautela, pois o ser humano tem a grande capacidade de elevar os simbolismos acima daquilo que eles simbolizam, adotando certo misticismo pecaminoso no uso deles. Foi o caso da serpente levantada no deserto na época de Moisés (Nm 21.8), que tinha um objetivo claro determinado por Deus, mas que virou um deus para os israelitas e até ganhou um nome (2 Rs 18.4).
           Assim, todo cuidado é pouco com relação a simbolismos, mesmo aqueles que parecem ser aceitáveis.

Editado por: Rosemberg Borges
Ref:  http://www.esbocandoideias.com
         http://www.gotquestions.org
         Biblia de Estudo Pentecostal

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