DESMISTIFICANDO A SANTA MÚSICA GOSPEL
Para muitos
crentes, a música gospel é santa, pura e imaculada. Muitas vezes até
superior às Escrituras, pois doutrinas são elaboradas com base em letras
de músicas gospel, e não na Bíblia, e incorporadas ao corpo doutrinário
de muitas Igrejas. A “Doutrina da Restituição” é um exemplo disso, pois
embora não tenha NENHUMA base bíblica foi estabelecida após uma banda
de sucesso gravar uma dezena de músicas tratando de restituição, de
querer de volta o que é seu, buscando a restauração de tudo o que eu
perdi mas é meu, e eu quero de volta, sete vezes mais, em dupla
honra!!!
Vez por outra
eu comento com alguns amigos que a arte mais perseguida pela religião é a
música. E sinceramente, não consigo entender o porquê. Música “do
mundo” SEMPRE é pecado, ao passo que outras expressões artísticas são
muito bem toleradas, e algumas até incentivadas.
Não se deve
cantar nem ouvir música “do mundo”, mas se pode assistir novelas
(teledramaturgia), que têm como trilha sonora... MÚSICAS DO MUNDO! O
mesmo se aplica a filmes, peças teatrais etc, que possuem trilhas
sonoras com o mesmo tipo de música.
Raramente vejo
crentes serem disciplinados ou censurados por assistir seriados de
terror como o THE WALKING DEAD (onde um grupo de pessoas luta contra
zumbis, coisas a priori demoníacas e ligadas ao vodu e ao
ocultismo), mas sempre vejo censuras e disciplinas por ouvirem músicas
de bandas de rock, assistirem a shows como o Rock in Rio (embora os
shows gospel sejam IDÊNTICOS a estes shows “do mundo”, completamente
copiados inclusive nas coreografias, iluminação, pirotecnia...).
Ouvir música do
mundo é pecado, mas ler livros do mundo não é. Ou seja, se eu ler o
poema FANATISMO da poetisa Florbela Espanca é cultura, mas se eu ouvir o
mesmo poema que foi musicado pelo Fagner, é PECADO! Ler um livro de
sonetos do Vinicius de Moraes é sinal de superioridade literária de
minha parte, mas se eu ouvir ou cantar os mesmos sonetos, muitos deles
musicados pelo saudoso Poetinha e seus parceiros, é PECADO. Quem lê um
livro do Carlos Drummond de Andrade e se depara com seu poema JOSÉ é um
amante da boa literatura, mas quem ouve o mesmo poema na música do Paulo
Diniz vai queimar no mármore do inferno!
As artes
plásticas (quadros e esculturas) são toleradas (nunca vi ninguém ser
censurado por ter um lindo e caro acervo nas paredes da sala de estar de
suas casas).

Mas
neste
artigo eu quero falar sobre MÚSICA. Música gospel, a santa expressão do
louvor musical e da adoração sonora a Deus, em contrapeso à música “do
mundo”, diabólica e escarnecedora... Por que para muitos “crentes” só
se deve ouvir música gospel, e ouvir “música do mundo” é pecado?
Algumas
respostas que já escutei ou recebi de crentes gospel a esta pergunta
simples... E em seguida, uma breve explicação sobre elas...
1. A LETRA DE UMA MÚSICA “DO MUNDO” NÃO GLORIFICA A DEUS
A maioria das
letras gospel também não! Glorificam ao homem, suas ânsias de vingança,
enriquecimento, honra, dupla honra, vitória, restituição etc. O HOMEM, o
EU, é o centro delas, e não Deus. NEM DE LONGE glorificam a Deus! Para
glorificar a Deus, uma música precisa apontar para a Obra dEle, da
criação, da salvação, da santificação, Sua graça infinta, imerecida pelo
homem e não conquistada por obras de justiça etc... E sempre que falar
sobre o homem, ressaltar seu pecado, sua depravação, sua incapacidade de
buscar a Deus ou alcançar a salvação ou qualquer outra benesse por seus
próprios méritos, e mostrar que tudo o que Deus dá ao homem é por
graça, só por graça! Uma música que só retrata que eu sou vencedor, que
eu nasci para vencer, para ser cabeça e não cauda, que Deus vai (tem
que) restituir o que é meu, que vai humilhar meus inimigos e me exaltar,
nem de longe foi composta ou é cantada para louvar a Deus!
Repito: nem de
longe as músicas gospel adoram a Deus!! A própria forma de composição
geralmente em primeira pessoa (e mesmo quando compostas em terceira
pessoa sempre direciona esta terceira pessoa para o homem) demonstra que
a adoração ou a glorificação não é para Deus, e sim para O HOMEM.
Analisemos algumas letras:
Onde era tristeza se verá / A dupla honra ME ornar ... É chegada a MINHA hora / MEU silêncio já acabou / Ouça o som da MINHA grande festa / EU vou viver uma virada em MINHA VIDA, eu creio!
Mestre EU preciso de um milagre ... Faz tempo que EU não vejo a luz do dia / Estão tentando sepultar MINHA alegria / Tentando ver MEUS sonhos cancelados /.../ Remove a MINHA pedra / ME chama pelo [MEU] nome / Muda a MINHA história / Ressuscita os MEUS SONHOS
Restitui... EU quero de volta o que é MEU / Sara-ME, e põe teu azeite em MINHA dor
VOCÊ é um
escolhido, e a SUA história não acaba aqui / VOCÊ pode estar chorando
agora, mas amanhã VOCÊ irá sorrir / Deus vai TE levantar das cinzas e
do pó...
Sinceramente, você acha que Deus é realmente adorado em letras como estas??
O pastor A.
W. Pink disse certa vez que os hinos do passado eram compostos usando
as palavras “Tu és, Tu és, Tu és”, enquanto que os modernos eram
compostos com as palavras “Eu sou, eu sou, eu sou...”. Visivelmente
observa-se que o alvo da glória não é Deus, mas o homem, o crente, o
EU.... E olha que o pr. Pink faleceu na década de 1950, certamente muito
antes da maioria das pessoas que leem este artigo terem nascido! O que
ele diria nos dias de hoje??
2. A LETRA DE UMA MÚSICA “DO MUNDO” NÃO É BASEADA NAS ESCRITURAS
Por favor, deem
uma olhada nas músicas gospel, analisem suas letras de forma isenta e
desapaixonada, e vocês verão claramente que poucas letras são realmente
baseadas na Bíblia, e mesmo as que são muitas vezes DISTORCEM o que a
Bíblia realmente diz. A famosa música gospel RESSUSCITA-ME é um exemplo
de letra baseada na Bíblia (a ressurreição de Lázaro), mas que distorce
completamente o sentido da narrativa bíblica, associando-a ao
cumprimento dos NOSSOS sonhos. Logo, é mais uma música que tem por
objetivo a realização pessoal dos desejos do homem.
Uma música
baseada na Bíblia não é aquela que transcreve PALAVRAS da Bíblia, mas a
ESSÊNCIA. Satanás citou o Salmo 91, por ocasião da tentação do Senhor
Jesus, mas extraiu-lhe a essência, o verdadeiro significado, o
verdadeiro princípio. Logo, uma música como FAZ O MILAGRE EM MIM pode
até citar a história do encontro de Jesus com Zaqueu, mas quando não
transmite o real sentido deste encontro, mostra que não está baseada na
Bíblia; apenas usa algumas de suas palavras, para adquirir status de bíblica!
Na verdade,
tais músicas que distorcem o sentido real da narrativa bíblica
transmitem uma falsa piedade. Podem até estar parcialmente baseadas no
texto sagrado, mas quando são analisadas de forma criteriosa se observa
que o texto bíblico foi tão distorcido e desvirtuado que transmitem uma
ideia completamente errada daquilo que a Bíblia quer ensinar, chegando
até a negar verdades doutrinárias ou acrescentar-lhe inverdades.
Sinceramente,
qual a base escriturária de músicas do tipo SABOR DE MEL, ou 500 GRAUS?
NENHUMA!! Aonde ela se encaixa nos princípios da Nova Aliança de perdão e
amor aos nossos inimigos?
Nos dias de
hoje, é muita sorte comprar um CD gospel com 12 faixas e encontrar UMA
MÚSICA com base realmente escriturística!! Geralmente, é um hino da
Harpa, ou um hino das antigas que é regravado!
3. O CANTOR “DO MUNDO” NÃO TEM COMPROMISSO COM DEUS
A maioria dos
cantores gospel também não! Eles têm compromisso com sua gravadora, com
seus produtores, com os programas de tevê e rádio que participam, com as
denominações e/ou organizações a que estão ligados e que os apoiam ou
patrocinam, e com os erros doutrinários ensinados por estas denominações
e organizações, além do compromisso maior com Mamom e seus próprios
bolsos!
Alguns cantores
gospel de nossos dias chegam a ter compromisso com uma personagem
criada por marqueteiros. Fazem caras e bocas, se apresentam com certas
roupas, maquiagens e acessórios, demonstrando claramente que estão
atuando, vivendo uma personagem dissociada do seu verdadeiro caráter.
São atores, desempenhando um papel meticulosamente calculado para
atender a certos públicos, satisfazendo os anseios deste público de
tietar um ídolo da música. Isso não é compromisso com Deus, mas com o
sistema!
4. OS CANTORES QUE CANTAM MÚSICA “DO MUNDO” NÃO SÃO CRENTES
E quem disse
que quem canta música gospel é crente?? Muitos cantores são conhecidos
por não serem crentes, alguns até deixam isso bem claro... Muitos apenas
cantam músicas gospel, se aproveitam desta fatia de mercado!! Outros,
não agem como crentes (há relatos de alguns que já fizeram shows
apresentando sintomas de embriaguez, que já se hospedaram com fãs em
seus quartos de hotel, que usaram drogas etc). Eu poderia até citar
nomes aqui, mas não é esse o objetivo deste artigo!
Aprendamos uma coisa: “nem todos os que são de Israel são israelitas”
(Rm 9:6), e não é porque quem canta, quem gravou, quem compôs, é
chamado de “evangélico” que a música é cristã! Há muitos crentes que
cantam “hinos” que não condizem nem um pouco com a sã doutrina; devemos
dar ouvidos a estas mentiras, mesmo quando saídas da boca de um crente??
E há muito não-crente que canta coisas corretas; devemos desprezar o
que é certo só porque quem compôs ou quem canta não faz parte de nossos
arraiais?
5. A MÚSICA GOSPEL É UMA DAS FORMAS DE SE PREGAR O EVANGELHO AOS NÃO-CRENTES
(Envolvido em escândalos)
E eu até
poderia concordar com isso se as letras das músicas fossem fieis ao
Evangelho descrito na Bíblia, mas não são! As letras destas músicas
gospel só tratam das bênçãos que o homem quer, as quais já citamos e
repetimos: vingança, enriquecimento, honra, dupla honra, vitória,
restituição etc. Não! Infelizmente, músicas gospel NÃO PREGAM O
EVANGELHO, pois suas letras não contém o verdadeiro Evangelho!
Além disso, nestas músicas não se conclama o homem ao reconhecimento de sua condição de pecador, ao arrependimento, à mudança de vida e atitudes e à necessidade de se submeter a Deus.
Desculpem, mas não conheço pregação evangelística que não trate de pelo
menos um ou dois destes assuntos! Por favor, identifiquem pelo menos UM
DELES na música gospel SABOR DE MEL...
Aqui pra nós, seja sincero:
qual é o “evangelho” que um “hino” como EU VOU VIVER UMA VIRADA prega??
Em que parte da letra encontramos a convocação ao arrependimento e
conversão?? É uma música de entretenimento, e confesso que até gosto
dela, musicalmente falando, mas a letra não evangeliza ninguém!
6. O CRENTE É EDIFICADO AO OUVIR MÚSICA GOSPEL
O cantor Kleber Lucas participou de uma
cena da novela “Amor à Vida” cantando durante o momento da Santa Ceia no
culto de réveillon da igreja que faz parte da trama.
A canção escolhida para ser interpretada
foi “Te Agradeço” que faz parte dos CD “Casa de Davi, Casa de Oração”
gravado em 2005. Os personagens evangélicos decoraram a canção e
cantaram junto enquanto os figurantes entregavam a ceia.
Não, o crente é
edificado ao ORAR, LER ou OUVIR A PALAVRA, JEJUAR... A música, em todas
as esferas, tem função de entretenimento, e à música religiosa se soma a
necessidade de exatidão doutrinária, ou seja, a letra deve
OBRIGATORIAMENTE refletir a sã doutrina. Só assim, atrelada à sã
doutrina, sem desvios doutrinários ou erros, ela está apta para
edificar, pois ouvi-la se equipararia a ouvir a Palavra. Quando a música
cristã reflete fielmente a Palavra de Deus e a sã doutrina, aí sim ela
passa a edificar quem a ouve.
A maioria das
músicas gospel não têm letra baseada na sã doutrina, e sim são compostas
estrategicamente com letras "pra vender", para agradar à massa
consumidora e o sistema vigente; logo, não edifica coisíssima nenhuma,
Apenas serve, assim como qualquer “música do mundo”, como
entretenimento, e entretenimento maligno, pois enquanto teria a
OBRIGAÇÃO de ensinar a verdade, pelo contrário, ensina doutrinas erradas
a quem as ouve, e passa-lhes o status de verdade absoluta; afinal, é uma música gospel, santa!
Sinceramente:
há mais edificação ao se ouvir certas músicas “do mundo” do que ouvir
certas músicas gospel completamente desprovidas de conteúdo bíblico e,
principalmente, de bom senso! Um exemplo disso é JESUS SALVADOR, de
Roberto Carlos, que é muito mais edificante se comparada com 500 GRAUS,
da Cassiane!!
7. OS COMPOSITORES DO MUNDO MUITAS VEZES SÃO ADEPTOS DE RELIGIÕES AFRO, ESOTÉRICAS ETC
É verdade! E os
compositores gospel são adeptos do movimento gospel, comprometidos com
tal movimento, que deturpa o Evangelho, muda seus princípios, distorce
as Escrituras e perverte a sã doutrina. Além disso, têm o dinheiro, a
fama e o estrelismo como pilares maiores. Neste aspecto, não sei quem
está em posição pior... Aliás, sei sim! Certamente, aquele que conhece o
Evangelho mas que compõe músicas que transmitem ideias e conceitos
diferentes do Evangelho, que fomenta o erro ao invés de proclamar a
verdade, é mais culpado do que aquele que NÃO CONHECE o Evangelho.
8. AS MÚSICAS GOSPEL TÊM MAIS QUALIDADE QUE AS MÚSICAS “DO MUNDO”
Acredite
quem quiser, mas já me mandaram este argumento aí!! E quem mandou só
pode estar de brincadeira!! Quem considera a qualidade da música gospel
superior à das músicas “do mundo” deve ter algum problema!! Exceto
raríssimos exemplos, ocorre exatamente ao contrário! Em todos os
quesitos -- harmonia, melodia, ritmo e letra
-- a música “do mundo” é superior! Observem-se estes quesitos em
músicas de Djavan, Ivan Lins, Jorge Vercilo, e comparem com os mesmos
quesitos nos cantores gospel mais famosos... É claro que há casos e
casos! Toda generalização é burra. O lixo e o chorume podem ser
encontrados em ambas as vertentes! Há muita coisa boa, no sentido de
harmonia, melodia e ritmo, em muitas músicas gospel, e muita coisa ruim
no ramo secular. Por exemplo, a banda Diante do Trono possui excelentes
arranjos, e o mesmo se aplica à cantora Fernanda Brum. Quanto às
letras... Prefiro não comentar! Pelo menos, por enquanto...
9. AS MÚSICAS GOSPEL TRANSMITEM O RECADO DE DEUS PARA O HOMEM PECADOR
Não. Elas no
máximo transmitem o recado do(s) compositor(es), do(s) cantor(es), do(s)
produtor(es), do líder da denominação, da “visão ministerial” e da
Editora ou Gravadora que está por trás do cantor ou da banda!
Transmitiria o recado de Deus se houvesse fidelidade doutrinária. Muitas
vezes, cantores são apoiados por determinado ministério, e são
obrigados a gravar “hinos” que referendam as doutrinas deste
“ministério”, e para continuar sendo apoiados tais cantores se submetem à
prostituição doutrinária.
Um exemplo
disso é o cantor Nani Azevedo (de quem gosto muito), apoiado pela
Editora e Ministério de um grande pastor brasileiro. Em um dos seus
últimos discos, ele gravou a música ENQUANTO O MILAGRE NÃO VEM, que para
fazer coro com o ministério do citado pastor traz em sua letra esta
pérola: “Sei que a prosperidade vai me acompanhar enquanto eu semear”. Ele foi obrigado pelas circunstâncias a promover a “visão da semeadura” que seu mecenas tanto prega!
10. A MÚSICA GOSPEL APROXIMA O HOMEM DE DEUS
Como assim?? De
que forma um axé gospel, tocado em cima de um trio elétrico em uma das
muitas “Marchas-Para-Não-Sei-Quem” e acompanhada por uma multidão de
foliões, digo, fiéis pulando atrás do trio, os aproxima de Deus?? Desde
quando uma letra que prega inverdades doutrinárias (como, por exemplo,
as que nos ensinam a DETERMINAR a nossa vitória, EXIGINDO isso de Deus)
aproxima alguém de Deus?? Desde quando uma música aonde vocifero
maldições e pragas contra "os que me viram passar na prova e não me
ajudaram" me aproxima de Deus, uma vez que Ele mandou exatamente o
contrário: “Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos, bendizei os
que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos
maltratam e vos perseguem” (Mt 5:44), e Paulo arremata em seguida: “Abençoai aos que vos perseguem; abençoai e não amaldiçoeis” (Rm 12:14)?? Não entendi... Dá pra me explicar melhor?
11. A MÚSICA GOSPEL PREGA A VERDADE
Ah, como eu queria que isso fosse verdade!! Mas pelo contrário, ela prega, ensina e dissemina a mentira!
Em primeiro
lugar, o que é a verdade? Platos fez esta pergunta a Cristo, e não
obteve resposta. Entretanto, o próprio Senhor Jesus deixou a resposta
bem clara por ocasião de sua oração sacerdotal: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade”
(Jo 17:17). Não são os meus conceitos, não é a interpretação que eu dou
às Escrituras, não é o corpo doutrinário desta ou daquela Igreja. A
PALAVRA DE DEUS é a verdade. E por consequência, somente aquilo que
concorda com a Palavra é a verdade. Pregação da verdade é,
inexoravelmente, pregar de conformidade com esta Palavra. Assim sendo,
os meus conceitos a minha interpretação ou o corpo doutrinário da Igreja
tem que estar submissos à Palavra!
A música sacra
tem como obrigatoriedade a fidelidade doutrinária. Quando sua letra é um
reflexo fiel do que ensina a Escritura, ela não só transmite a verdade
como facilita aos ouvintes o entendimento e assimilação desta verdade. A
música secular não tem esta prerrogativa, pois ela apenas se dá à
função de entreter. A música sacra, tem função dupla: entreter e
ENSINAR! Eis porque ela precisa estar atrelada à verdade, à sã doutrina.
A
música secular, “do mundo”, não tem pretensões de ensinar verdades, mas
de entreter os ouvintes. O cantor “do mundo” Caetano Veloso escreveu em
sua música COMO DOIS E DOIS a seguinte frase musical: “Meu amor / Tudo
em volta está deserto, tudo certo / Tudo
certo como dois e dois são cinco”. Evidentemente, sua intenção NÃO FOI
ensinar uma verdade, quer teológica ou matemática, e sim se utilizar de
ironia. Ninguém em são juízo, ao ouvir dez ou vinte vezes esta música,
irá concluir que 2 + 2 = 5.
Na música
sacra, entretanto, quanto mais ouvimos “pérolas” do tipo “Restitui... Eu
quero de volta o que é meu”, a autoridade de música gospel e religiosa
transmite a ideia de que a doutrina da restituição se trata de uma
verdade absoluta, presente nas Escrituras. E o povo cai,
inexoravelmente, no engodo, e é conduzido ao erro! Assim sendo, seus
compositores e cantores cometem dois pecados: ensinar o erro, e cantá-lo
com tal autoridade que muitas pessoas, uma grande multidão, toma estas
palavras em pé de igualdade com a Bíblia! Assim, muitas músicas gospel
na verdade estão prestando um grande desserviço à sã doutrina, ensinando
mentiras como se fossem verdades e levando multidões a abraçar o erro.
A música gospel
está longe, MUITO LONGE, de pregar ou ensinar a verdade! Ela é, na
verdade, uma disseminadora e perpetuadora de mentiras! A cada nova
“pérola musical” que é lançada, pastores sérios e comprometidos com o
rebanho têm um trabalho hercúleo de mostrar os erros, ensinar a verdade e
remar contra a maré da geração gospel, pois os grupos de louvor querem
imediatamente incorporar tais músicas, que fazem muito sucesso no meio
cristão, a seu repertório. Proibir sua execução torna o pastor zeloso um
estraga-prazeres!
A maioria quase
absoluta das músicas gospel pregam A MENTIRA. E cabe a nós denunciarmos
isso, mostrarmos o erro e abolir este lixo mentiroso de nossos altares!
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O grande
objetivo deste artigo não é desmoralizar a música sacra, que é
importantíssima na adoração e no processo de doutrinação da Igreja. O
objetivo é mostrar que a música gospel nada tem, ou pouco tem, de sacra.
Não pretende incentivar a música secular, mas chamar a atenção para as
incongruências da chamada música gospel, que infelizmente está atrelada a
sistemas mundanos tão escusos que se desvirtuou da verdadeira adoração,
da fidelidade escriturística e doutrinária.
Nada tenho
contra os cantores e/ou compositores citados neste texto. Canto muitos
hinos dos mesmos citados, desde que sejam cristocêntricos, de real
adoração a Deus e que possuam letra bíblica. Apenas gostaria que eles
fossem mais criteriosos ao compor ou cantar um hino. Voltem às
Escrituras! Tornem à sã doutrina. Abandonem a indústria gospel!! Aí sim,
a música gospel se converterá em música cristã e será, em todas as
instâncias, preferida diante das músicas “do mundo”. Mas não fará das
músicas “do mundo” um pecado!
DE: Zilton Alencar
Editado por: Rosemberg Borges